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Transição na igreja

Após impasse, conclave começa no dia 12

Igreja marca para terça-feira da semana que vem início do encontro que decidirá o sucessor de Bento 16 como papa

Data demorou a sair em razão de divergências entre cardeais; alguns queriam mais debates prévios sobre crise

FELIPE SELIGMAN BERNARDO MELLO FRANCO FABIANO MAISONNAVE ENVIADOS ESPECIAIS A ROMA

Ao final de uma semana marcada pelo impasse sobre a data do conclave, o Colégio de Cardeais decidiu ontem, após duas reuniões, que começará na terça-feira à tarde o processo formal de escolha do próximo papa.

Os cardeais estariam divididos sobre o ritmo do processo para escolher o substituto do papa emérito, Bento 16, que renunciou no mês passado. De um lado, os italianos gostariam de ter começado a eleição ainda nesta semana, o que beneficiaria um cardeal próximo à Cúria Romana (gabinete do papa), naturalmente mais conhecido entre os 115 eleitores.

Mas um grupo de cardeais estrangeiros encabeçados pelos norte-americanos não aceitavam apressar o processo antes de discutir, durante reuniões pré-conclave, todos os atuais problemas do Vaticano, como escândalos sexuais e suspeitas de corrupção.

Não se importavam, portanto, em esperar o prazo obrigatório de 15 a 20 dias anterior à regra editada por Bento 16 que permitiu antecipar o início da reunião.

A escolha por terça-feira sugere que os cardeais optaram por uma solução intermediária. Ou seja, houve uma antecipação, mas com tempo suficiente para que assuntos mais espinhosos fossem debatidos antes do fechamento das portas da Capela Sistina.

Avalia-se que isso permitirá uma eleição rápida, que dure no máximo três dias.

O período de duração do conclave, no entanto, é indefinido. Só termina quando um candidato receber mais de dois terços dos votos dos cardeais, que ficarão incomunicáveis durante esse período.

Ao longo da semana, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, disse que realmente existia uma intenção de exaurir todo o debate sobre a crise da igreja, inclusive relacionada à perda de fiéis.

No início da tarde de ontem (ainda manhã no Brasil), Lombardi avisou que eles iriam votar sobre a data na tarde de ontem e que a informação seria divulgada volta das 19h (15h, horário de Brasília). A votação, no entanto, foi rápida.

Minutos depois do início do oitavo encontro do pré-conclave, um comunicado por escrito foi distribuído.

"De manhã, na Basílica de São Pedro, será celebrada a missa 'pro elegendo pontifice' e de tarde ocorrerá o ingresso dos cardeais em conclave", diz a nota.

Quando saíam da reunião, a Folha abordou alguns dos cardeais, que ficavam calados ou eram monossilábicos.

Amanhã, os cardeais rezarão missa em igrejas e capelas designadas a eles quando foram nomeados pelo papa -que, pela tradição católica, é o bispo de Roma.

Ao longo da semana, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, 63, começou a despontar como um dos favoritos, devido ao suposto apoio de cardeais da Cúria, onde trabalhou por sete anos.

Outros nomes que aparecem na lista incluem dois italianos:, Angelo Scola, 71, e Gianfranco Ravasi, 70. Aparecem com força ainda o canadense Marc Ouellet, 68, o norte-americano Sean O'Malley, 68, e o ganês Peter Turkson, 64.


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