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Maduro é empossado presidente interino

Segundo ele, faixa presidencial recebida 'pertence a Chávez'; genro do presidente morto é nomeado seu vice

Parte da oposição boicota cerimônia; Capriles, provável candidato, disse que decisão é uma 'fraude'

FLÁVIA MARREIRO ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

Horas depois da principal cerimônia fúnebre para Hugo Chávez, Nicolás Maduro tomou posse ontem como presidente interino da Venezuela ante a Assembleia Nacional e nomeou como seu vice Jorge Arreaza, genro do mandatário morto.

A sessão foi boicotada por parte da oposição que julga a posse inconstitucional.

"Queridos compatriotas, perdoem a dor e as lágrimas, mas essa faixa pertence a Hugo Chávez", disse Maduro, com voz embargada, antes de seguir para a Academia Militar de Caracas, onde fez "o juramento do coração" diante do caixão do esquerdista.

Maduro disse ter pedido ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que convoque eleições "imediatamente" -a Constituição prevê novas eleições em 30 dias por causa da morte- e disse estar preparado. "Que decida o povo."

A nomeação de Arreaza como número dois amarra o novo governo à família Chávez. Ministro de Ciência e Tecnologia, ele ganhou influência por ser casado com a filha mais velha do esquerdista, Rosa Virgínia. Muitas vezes foi chamado por Maduro de "filho" de Chávez.

"[Sou presidente] para cumprir o juramento de seguir o caminho da revolução. (...) Não é uma ambição pessoal", disse em seu primeiro discurso como presidente, onde defendeu suas credenciais esquerdistas e ilustrou seus anos de lealdade a Chávez (inclusive com detalhes do combate ao câncer que o matou).

Maduro encerrou as palavras pedindo à oposição que não repita o erro de 2005, quando boicotou as legislativas daquele ano, e participe da disputa presidencial.

O principal opositor e provável oponente de novo presidente nas urnas, Henrique Capriles, subiu o tom contra o governo, classificando de "fraude" a decisão da Justiça que chancelou legalmente a posse de Maduro e autorizou que ele, no cargo, seja candidato.

"O juramento de Maduro é espúrio", disse Capriles, que, segundo fontes próximas, preferiria não concorrer nas eleições cuja data pode ser anunciada amanhã.

A MUD, a coalizão da oposição, anunciou que sua bancada não participaria da sessão em protesto. Mais tarde, no entanto, os opositores racharam e parte compareceu à cerimônia na Assembleia.

"Uma coisa é a vontade de Chávez, que escolheu Maduro, outra coisa é a Constituição. Entre a manipulação e a Constituição, devemos ficar com a segunda", disse à Folha o deputado oposicionista Eduardo Sigala. Ele disse que, apesar dos protestos legais, a oposição não pretende abdicar da candidatura.

Pelo artigo 233 da Constituição, quem deve assumir no caso da morte de um presidente que não tomou posse é o presidente da Assembleia.


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