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Coreia do Norte diz que revogou pacto de não agressão com Sul
Medida é retaliação a sanções do Conselho de Segurança da ONU
A Coreia do Norte, em resposta à decisão unânime do Conselho de Segurança da ONU quanto à imposição de sanções ainda mais severas contra o país, anunciou ontem que estava revogando todos os acordos de não agressão com a Coreia do Sul.
Um dos principais generais do país alegou que os norte-coreanos dispunham de mísseis intercontinentais equipados com ogivas atômicas prontos para o disparo.
Em resposta à ameaça, a Coreia do Sul endureceu sua posição e anunciou na sexta-feira que, caso Pyongyang ataque o sul com uma arma nuclear, o regime do líder norte-coreano Kim Jong-un "será extirpado do planeta".
O uso de linguagem agressiva marcou o mais hostil confronto verbal entre as duas Coreias, que tecnicamente continuam em guerra.
THATCHER
A guerra verbal representa um duelo de nervos entre o jovem líder norte-coreano, que está querendo estabelecer credenciais como líder de uma nação fortemente militarizada, e a presidente Park Geun-hye, primeira mulher a presidir a Coreia do Sul, que toma a antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher como exemplo e enfatizou que a segurança é sua maior prioridade política.
Embora os especialistas em questões militares afirmem que a Coreia do Norte não tem capacidade para utilizar mísseis equipados com ogivas nucleares, isso não impediu a liderança do país de ameaçar seu uso.
Nos últimos dias, a mídia estatal da Coreia do Norte vem publicando diversas declarações oficiais que ameaçam "ataques nucleares preventivos" contra Washington e Seul e dando a entender que o país produziu ogivas nucleares pequenas o suficiente para que possam ser instaladas em seus mísseis de longo alcance.
Mas autoridades norte-americanas e sul-coreanas duvidam vigorosamente de que a Coreia do Norte tenha domínio sobre essa tecnologia, a despeito do lançamento de um foguete de longo alcance em dezembro e do terceiro teste nuclear do país, no mês passado.
As autoridades militares sul-coreanas definiram as declarações como bazófias, realizadas não tanto para ameaçar Washington mas sim para infundir um senso tanto de crise quanto de poderio na população norte-coreana, enquanto Kim tenta consolidar seu domínio do país.
Tradução de PAULO MIGLIACCI