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Transição na igreja

Conclave tem fumaça preta e apelo por unidade no 1º dia

Estão previstas para hoje até quatro votações para a escolha do novo papa

Em missa, decano dos cardeais pede união na igreja; mídia volta a dar d. Odilo e italiano como nomes mais fortes

BERNARDO MELLO FRANCO FELIPE SELIGMAN ENVIADOS ESPECIAIS A ROMA

Um "ohhhhhh" coletivo ecoou na praça de São Pedro às 19h41 de ontem (15h41 em Brasília), quando a chaminé da Capela Sistina começou a soltar fumaça preta ao fim do primeiro dia do conclave.

A notícia de que a igreja não havia escolhido o novo papa era previsível, mas ainda assim frustrou milhares de fiéis e turistas que enfrentaram chuva fina e frio de 8ºC na esperança de presenciar o anúncio do novo papa.

A sucessão de Bento 16 continua hoje, quando estão programadas mais quatro votações secretas, e só termina quando um candidato receber 77 votos, o equivalente a dois terços dos 115 eleitores.

Até lá, todos permanecem fechados no Vaticano, onde bloqueadores de celular ajudam a impedir qualquer contato com o mundo exterior.

De manhã, em missa solene na Basílica de São Pedro, o decano do Colégio dos Cardeais, Angelo Sodano, fez um pedido pela unidade na igreja, que chega ao conclave dividida e com a imagem manchada por escândalos de pedofilia e corrupção.

O italiano leu um trecho da "Carta aos Efésios", de são Paulo, que prega a união de personalidades distintas pelo bem comum do catolicismo. "Cada um de nós deve colaborar na construção da unidade da igreja", disse.

Ele leu uma passagem que exorta os seguidores de Cristo a se comportarem "de maneira digna, com toda humildade, mansidão e paciência, suportando-se reciprocamente com amor e tentando conservar a unidade do espírito".

O cardeal, que tem 85 anos e não participa da votação, chamou o papa emérito Bento 16 de "amado e venerado" e disse que ele fez um pontificado "brilhante".

"Renovamos, neste momento, toda a nossa gratidão", afirmou. Os fiéis que lotavam a basílica aplaudiram por quase um minuto.

No fim da homilia, o decano pediu orações para que o Senhor conceda à igreja um papa com "coração generoso" para a "nobre missão" de liderar os católicos.

Às 16h31 locais, os cardeais começaram a procissão para a Capela Sistina. A entrada, os cânticos iniciais e os juramentos de sigilo foram filmados pela TV Vaticano e retransmitidos ao vivo por emissoras de todo o mundo.

Uma hora depois, ouviu-se o "extra omnes" (todos fora, em latim), e as portas da Sistina foram fechadas para a única votação do dia.

Além dos cardeais eleitores, só permaneceram lá dentro o mestre de cerimônias litúrgicas Guido Marini, 48, e o cardeal Prosper Grech, 87, que conduzirá as orações para evocar o Espírito Santo.

No último dia em que os cardeais tiveram acesso à imprensa, os jornais italianos evitaram arriscar um resultado, mas voltaram a apresentar o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer como os candidatos mais fortes.

Uma reportagem do "La Repubblica" disse que Scherer teria feito uma defesa enfática da Cúria Romana na última reunião de cardeais antes do conclave, anteontem, em resposta a críticas repetidas por cerca de 40 colegas.

Ontem de manhã, ao ser questionado sobre o que sentia horas antes da primeira votação secreta, ele disse apenas uma palavra: "Frio".


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