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O novo Papa

Papa fala sobre misericórdia em bênção

Em seu primeiro Ângelus, Francisco quebra protocolos e diz a uma multidão que sentimento pode mudar o mundo

Pontífice fez piadas e, depois de celebração, cumprimentou fiéis, conversou com crianças e ganhou beijos no rosto

BERNARDO MELLO FRANCO FELIPE SELIGMAN ENVIADOS ESPECIAIS A ROMA

Em seu primeiro Ângelus (bênção dominical), o papa Francisco disse ontem que os católicos não devem se cansar de pedir perdão e que o sentimento de misericórdia pode mudar o mundo.

Ele falou de sua janela para cerca de 150 mil pessoas, de acordo com a Santa Sé. A praça de São Pedro ficou lotada, e milhares tiveram de assistir à bênção em telões em uma avenida do Vaticano.

"Misericórdia... esta palavra muda tudo. É o melhor que nós podemos sentir. Muda o mundo. Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo", disse.

O papa comparou Deus a um pai misericordioso, que sempre tem paciência com seus filhos. "O Senhor não se cansa de perdoar. Somos nós que muitas vezes nos cansamos de pedir perdão."

Mais cedo, em missa no Vaticano, ele criticou a hipocrisia ao citar passagem bíblica em que Jesus salva uma adúltera do apedrejamento.

"Nós também somos um povo que, por um lado, quer sentir Jesus, mas, às vezes, gosta de bater nos outros, condenar os outros. E a mensagem de Jesus é essa: a misericórdia", afirmou.

Depois da missa, o papa voltou a quebrar o protocolo ao se postar diante da igreja para cumprimentar os fiéis, como um padre de paróquia. Ele se abaixou para conversar com crianças e ganhou alguns beijos no rosto.

No Ângelus, o argentino Jorge Mario Bergoglio voltou a se diferenciar do antecessor Bento 16 pelo tom informal e teve sua fala interrompida algumas vezes por aplausos.

Ele começou o discurso com "bom dia", saudou a multidão como "irmãos e irmãs" e fez piada ao citar um livro de teologia do cardeal liberal alemão Walter Kasper.

"Este livro me fez tão bem... mas não pensem que estou fazendo publicidade para os meus cardeais!", disse.

Francisco também fez um agrado aos italianos ao lembrar que escolheu o nome inédito na história da igreja inspirado em são Francisco de Assis, padroeiro da Itália.

"Isso reforça a minha ligação espiritual com esta terra, onde estão as origens da minha família", afirmou.

Por volta de 12h15 locais (8h15 em Brasília), o papa arrancou as últimas risadas ao se despedir do povo: "Bom domingo e... bom almoço!"

A missa de "posse" do papa ocorrerá amanhã, com a presença de chefes de Estado, entre eles Dilma Rousseff, que chegou ontem. Ela visitou a basílicas de santa Maria Maggiore (século 5º) e são Paulo Fora dos Muros (século 4º). Depois, jantou em um restaurante.


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