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O NOVO PAPA

Dilma cobra que papa aceite diferenças

Em Roma para a missa inaugural do pontífice, presidente diz achar que Francisco não terá posições 'progressistas'

Brasileira não deixou claro, no entanto, se estava se referindo a temas como direitos dos gays, por exemplo

FELIPE SELIGMAN ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Na véspera da missa inaugural do papado de Francisco, a presidente Dilma Rousseff cobrou dele que, além de defender os pobres, também respeite as "opções diferenciadas das pessoas".

"Eu acho que ele tem um papel a cumprir. [A defesa dos pobres] é uma postura importante. É claro que o mundo pede hoje além disso. Que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas", afirmou na manhã de ontem, quando saía de uma exposição do artista italiano Tiziano, no centro de Roma.

Dilma não explicou quais seriam essas "opções diferenciadas" -se é um chamado a um novo tratamento de gays, por exemplo, ou pessoas de outras religiões.

Quando arcebispo de Buenos Aires, o então cardeal Jorge Mário Bergoglio deu várias declarações contra o casamento de homossexuais.

Questionada sobre a possibilidade de a igreja atuar nas defesas de "políticas progressistas", Dilma afirmou que o novo pontífice não parece ser alguém que irá "defender esse tipo de posição".

O tom da presidente ecoa a relação tensa entre ela e a igreja católica no passado. Na campanha presidencial de 2010, ela foi criticada em panfletos por ter defendido descriminalizar o aborto.

Na ocasião, Dilma evitou tratar sobre tema polêmico para não correr o risco de perder votos e passou semanas dizendo que era "a favor da vida", chegando a prometer não mudar a legislação.

A presidente chegou a Roma anteontem e só teve seu primeiro compromisso oficial de trabalho na tarde de ontem. Ela esteve na FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), onde encontrou o presidente da instituição, o brasileiro José Graziano.

Lá, ela falou sobre as relações entre o governo brasileiro e o organismo internacional e voltou a falar sobre o papa. "Um papa preocupado com a questão dos pobres no mundo tem um papel especial", disse, lembrando, porém, que, ao fazer isso, ele "cumpre os princípios básicos que inspiraram o cristianismo e Cristo".

Logo depois, já no início da noite, a presidente foi ao encontro do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, mas o conteúdo da conversa não havia sido divulgado até o fechamento desta edição.

No primeiro dia, ela visitou igrejas e foi jantar em um restaurante da capital italiana. Ontem de manhã, por sua vez, ela foi visitar a exposição de pintura no museu Scuderie del Quirinale.

A presidente também avaliou que "um papa latino-americano é uma honra" e uma "afirmação da região". Ontem, não estava confirmado se ela terá encontro reservado com o papa.


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