Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Iraque tem série de atentados no 10º aniversário da guerra

Dia mais letal em sete meses deixa pelo menos 52 mortos e 150 feridos

Objetivo dos atentados parece ser enfraquecer o governo da maioria xiita e minar as eleições marcadas para abril

SÉRGIO DÁVILA ENVIADO ESPECIAL A BAGDÁ

No dia em que a Guerra do Iraque completou dez anos, o país amanheceu ouvindo sons e vendo cenas que eram familiares em 2003, de explosões, pânico e céu coberto por fumaça preta.

A partir das 8h locais (2h de Brasília) e por duas horas, ocorreram pelo menos 12 ataques e no mínimo 20 artefatos e veículos foram detonados em Bagdá e em cidades predominantemente xiitas, no dia mais letal no Iraque dos últimos sete meses.

A série, aparentemente orquestrada pela Al Qaeda em aliança com extremistas da minoria sunita, deixou 52 mortos e 150 feridos, nas contas mais conservadoras, e a impressão de que o sectarismo que parou a região entre 2005 e 2007 está de volta.

Em Bagdá, foram alvos regiões pobres como o subúrbio de Sadr City, o centro de Al Baeaa e cercanias de prédios e áreas governamentais como a chamada Zona Verde, ex-complexo de palácios de Saddam Hussein que hoje sedia o governo iraquiano.

Um dos ataques teve como palco o mercado de Al Shola, na periferia bagdali, mesmo lugar atingido por suposta artilharia antiaérea de Saddam no conflito de 2003. Outro ocorreu atrás do hotel Al Mansur, no centro, e foi registrado pela "TV Folha" durante a gravação de um vídeo (leia texto ao lado).

Desde janeiro, mais de 2.000 pessoas morreram ou foram feridas no Iraque vítimas da violência sectária. Além dos ataques de extremistas sunitas, há grupos de sequestro, milícias não controladas pela polícia e acertos de contas em geral. Na quinta, 30 morreram e mais de 50 ficaram feridos em ataque ao Ministério da Justiça.

Apesar da data escolhida ser o 10º aniversário da invasão dos EUA, a ação parece ter como objetivo enfraquecer o governo do premiê Nouri Al Maliki, da maioria xiita, e tentar minar as eleições municipais do mês que vem e parlamentares de 2014.

As tropas americanas deixaram o país em dezembro de 2011 e hoje têm uma presença residual de menos de 200 homens -foram mais de 150 mil no auge do conflito.

Após os ataques, o governo iraquiano decidiu adiar por seis meses as eleições previstas para 20 de abril em duas províncias xiitas que vinham sofrendo protestos sunitas, Anbar e Nínive.

Há seis anos no cargo, o premiê não parece ter o talento nem a vontade necessários para manter o país unido após a saída dos americanos. Além da violência sectária, luta também contra o excesso de autonomia dos curdos, no norte do país, região rica em petróleo, e oposição entre os próprios xiitas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página