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Brasil defende que o país vizinho promova desvalorização cambial

VALDO CRUZ RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O governo brasileiro avalia que a melhor solução para o quadro de fragilidade da economia argentina no momento é uma desvalorização cambial, acabando com a diferença entre o câmbio oficial e o "paralelo". E a adoção de um ajuste fiscal para evitar que a medida faça a inflação subir ainda mais no país vizinho.

O tema já foi abordado em conversas entre técnicos dos dois países, principalmente nas reuniões envolvendo a disputa com a mineradora brasileira Vale, que levou à suspensão do projeto Rio Colorado -de exploração de potássio- na Argentina.

A distorção cambial é um dos principais fatores que afugentam investidores brasileiros da Argentina, pois o empresário tem de internalizar seus recursos pelo câmbio oficial, mas acaba tendo de bancar seus compromissos pelo câmbio mais caro.

O governo brasileiro não acredita, porém, em mudanças antes de outubro, quando haverá eleição parlamentar no país. A presidente Cristina Kirchner dificilmente adotará medida que eleve ainda mais o custo de vida em seu país antes das eleições, que poderia levar a uma perda de apoio político.

Para os empresários com negócios no país, a dificuldade de acesso a dólares e o alto custo da moeda tornou-se mais um fator de incerteza para investimentos.

"Câmbio paralelo é como água, não tem como segurar, porque ele escorre pelos dedos. As empresas estão se vendo hoje numa camisa de força e ninguém quer mais investir lá", afirma Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do departamento de relações exteriores da Fiesp (Federação das Indústrias de SP).

A preocupação do governo argentino é, além de segurar as reservas em dólar, conter a inflação, hoje em torno de 25%. Oficialmente, o governo declara que é de 10%.

Especialistas consideram que o sistema de controle cambial aumenta a sensação de insegurança para investidores estrangeiros, porém é necessário diante do descontrole fiscal do governo.

"A desvalorização forte do dólar oficial teria efeitos negativos, como acelerar a inflação. Com uma economia que mostra desgaste em vários indicadores, o controle do câmbio é paliativo. Corrigir os problemas argentinos vai além de proibir moedas e dividas. É necessário um redesenho da política econômica", diz Matías Carugati, economista chefe da consultoria argentina M&F Consultora.


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