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New York Times

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México vê retomada do setor financeiro

Por ELISABETH MALKIN

CIDADE DO MÉXICO - O setor de serviços financeiros no México passa por uma forte retomada. Bancos disputam as emissões de ações no país, empresas mexicanas buscam financiamento para crescer e fazer aquisições e novos produtos financeiros atraem bilhões de dólares para fundos de pensão locais.

Com a crise contínua na Europa e o fraco crescimento dos Estados Unidos, estão sendo atraídos ao México investidores à procura de maneiras de aumentar sua exposição aos mercados internacionais.

"É o mercado mexicano alcan-çando a maioridade", comentou Eduardo Cepeda, executivo sênior do J.P. Morgan no país.

Tudo isso representa uma mudança marcante em relação a alguns anos atrás, quando a recessão nos EUA e a migração de empregos para a China no setor manufatureiro deixaram a economia mexicana estagnada.

O ambiente atual não é isento de riscos. Um deles é que o novo governo ainda não enfrentou o crime organizado e os cartéis do narcotráfico. Além disso, a persistência dos salários baixos no México mantém a demanda interna em nível baixo.

Mesmo assim, houve mudanças que fomentaram otimismo no setor de serviços financeiros. O novo governo do presidente Enrique Peña Nieto conseguiu transformar a imagem do México, avançando vigorosamente com leis para atacar problemas que constituem empecilhos ao crescimento.

Mesmo antes de Peña Nieto chegar ao poder, políticas prudentes já tinham reduzido a dívida governamental, reforçado as reservas em divisas, controlado a inflação e estabilizado o peso. O crescimento do país, de aproximadamente 4% em 2011 e novamente em 2012, superou o crescimento do Brasil.

"Todos preveem que muitos negócios serão fechados no México", comentou Mauro Guillén, professor da Escola Wharton, da Universidade da Pensilvânia.

O setor de serviços financeiros está compensando o tempo perdido, voltando a atuar num mercado emergente que foi ignorado por muito tempo. O crescimento do setor também está sendo ajudado por um novo e importante fator no mercado local: os fundos de pensão mexicanos, que administram ativos de quase US$ 160 bilhões. De acordo com Carlos Ramírez Fuentes, presidente da Consar, reguladora governamental dos fundos de aposentadoria, a expectativa é que essa cifra dobre nos próximos seis anos.

O mercado acionário mexicano também está dando sinais de retomada, embora ainda seja relativamente pequeno comparado ao do Brasil, seu principal rival na América Latina. Com apenas um punhado de emissões novas por ano, ou até menos, o mercado vale apenas 46% do PIB, comparado com 150% no caso do Brasil, segundo Luis Téllez, presidente da Bolsa de Valores mexicana.

Outra mudança pode ser a iniciativa de mais multinacionais, como Santander e Sempra, de vender ações de suas subsidiárias no México, onde as perspectivas de crescimento são melhores que em seus países de origem.

A subsidiária mexicana da rede Wal-Mart, por exemplo, maior empregadora privada do país, negocia suas ações na Bolsa mexicana com uma relação preço/rendimento que é mais ou menos o dobro daquela em que são negociadas as ações da Wal-Mart Stores na Bolsa de Nova York.

O mercado de crédito também está crescendo. Depois que a crise de 1994 empurrou os bancos mexicanos para uma queda livre, eles foram vendidos para bancos globais. Mas os novos donos agiram com cautela em relação à concessão de crédito no México. Os bancos estão fortemente capitalizados e obedecem aos novos padrões internacionais conhecidos como Basileia 3.

Pela primeira vez em muitos anos, empresas locais estão gerando dinheiro e cogitando se expandir para dentro e fora do país, disse Alfredo Capote, da Banamex, a subsidiára mexicana do Citigroup.

Empresas manufatureiras estrangeiras também estão voltando a ver o México como plataforma de produção para o mercado americano em recuperação. No topo dessa lista, estão montadoras globais de automóveis, que estão investindo US$ 10 bilhões em novas unidades de montagem.

William H. Gross, da Pimco, diz que "o México vem buscando prosperar pelas exportações. Hoje, em vez de dever dólares, o país os tem."


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