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New York Times

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Índia põe em marcha plano para ter indústrias nativas de hardware

Por SEAN McLAIN

NOVA DÉLI - Lar de muitas das maiores empresas de software do mundo, a Índia quer repetir esse sucesso criando uma indústria nativa de hardware para computadores.

Mas os fabricantes de chips precisam de grande quantidade de água limpa e de eletricidade confiável para essa produção. Já as montadoras de computadores e de tablets dependem de economias de escala e fácil acesso a peças baratas. Por isso, o governo indiano está experimentando uma nova abordagem.

Em outubro, o país começou silenciosamente a exigir que pelo menos a metade de todos os laptops, computadores, tablets e impressoras adquiridos pelo governo venha de fontes domésticas. Ao mesmo tempo, está oferecendo até US$ 2,75 bilhões em incentivos para os fabricantes de chips construírem a primeira fábrica de semicondutores da Índia.

A política pretende abordar um problema real: as importações de eletrônicos estão crescendo tanto que, segundo projeções, em 2020 vão eclipsar o petróleo como maior gasto de importações da Índia. O governo responde por cerca de 40% das compras de eletrônicos do país, segundo PVG Menon, presidente da Associação Indiana de Fabricantes de Eletrônicos e Semicondutores.

O governo gostaria de obter uma fábrica de microprocessadores para computadores. Um processador de computador geralmente representa de 25% a 35% do custo total de um PC ou laptop.

A Índia espera que essa fábrica, cuja construção custaria até US$ 5 bilhões, ajude a promover o crescimento da indústria de alta tecnologia, segundo o doutor Ajay Kumar, secretário adjunto do Departamento de Eletrônica e Tecnologia da Informação.

Mas Ron Somers, presidente do Conselho de Empresas EUA-Índia, duvida que a Índia consiga oferecer uma nova instalação para fabricação de chips com a infraestrutura básica necessária.

Os críticos advertem que os esforços da Índia para promover uma revolução "high-tech" poderão dar em nada, a menos que ela reduza algumas das barreiras aos negócios no país. No caso de alguns eletrônicos, a tarifa de importação de um produto acabado é menor que a das peças componentes. Os custos também sobem devido à falta de energia confiável e às más estradas do país.

A Dell, maior varejista de PCs na Índia, explorou a possibilidade de montar fábricas. A Dell monta computadores na Índia, mas não fabrica seus componentes.

"Eles trouxeram seus fornecedores da China e de Taiwan para ver se poderiam instalar fábricas aqui, mas a resposta foi negativa", disse uma autoridade do setor. "O mercado é muito pequeno e logisticamente é um pesadelo."

A Índia tem um modelo de sucesso, disse Gaurav Verma, do escritório em Nova York do Conselho EUA-Índia: sua indústria automobilística. Nos anos 1980, o país abriu a indústria automotiva para companhias estrangeiras. Mas o verdadeiro divisor de águas foi em 1991, quando a Índia abandonou suas exigências de fabricação local. A indústria explodiu e hoje há cerca de 40 milhões de carros nas ruas indianas.


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