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New York Times

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Vampire Weekend lança seu 3° álbum

Por JON PARELES

"Nós somos simétricos?", perguntou Rostam Batmanglij.

Era o tipo de pergunta -concisa, matemática, um pouco nerd e um pouco tensa- que se poderia esperar do tecladista da Vampire Weekend, uma banda que embala ideias complexas em canções pop contorcidas.

No final de abril, a banda estava gravando o vídeo de "Ya Hey", faixa de seu terceiro álbum, "Modern Vampires of the City", lançado neste mês. Os membros não tinham muito tempo: deveriam estar em breve no palco do Roseland, um clube de Nova York, para uma transmissão pela web.

"Modern Vampires of the City" é um álbum tão rígido e meticuloso quanto seus antecessores, "Vampire Weekend" (2008) e "Contra" (2010), que venderam 500 mil cópias cada um.

A banda foi formada enquanto seus membros -Batmanglij, Ezra Koenig, Chris Tomson e Chris Baio- estudavam na Universidade Columbia, em Nova York, e chegou com um tipo improvável e alegre de pop: uma mistura balançante de new wave, figuras de teclado barroco, ska, guitarras afro-pop, letras cheias de alusões e coros animados.

Balançar e coçar a cabeça eram reações igualmente adequadas a uma canção como "Horchata", que abre o álbum "Contra" e rima as palavras "horchata", "balaclava" e "Masada".

A inteligência e o momento da música a tornaram uma favorita instantânea na rádio da faculdade, mas sua simples animação a levou a outros eleitorados. Membros da Vampire Weekend ouvem constantemente que a banda é uma das favoritas de bebês.

O novo álbum, muitas vezes, vira a música da banda do avesso: de maníaca e sufocada a ansiosa e espaçosa, de guitarras a teclados, de autoenvolvida e críptica a, às vezes, simplesmente metafísica, abrindo construções engenhosas à incerteza e aos anseios. "Foi importante para nós perder um pouco a pele", disse Batmanglij.

Também é o primeiro álbum da Vampire Weekend dedicado ao lar da banda, a cidade de Nova York.

Seus dois primeiros discos foram cheios de histórias de jovens privilegiados. Mas os personagens de "Modern Vampires of the City" levam vidas menos charmosas: as responsabilidades adultas se impõem e eles se veem mais reflexivos.

Koenig disse que passou a ver os álbuns como uma trilogia.

"Ele me lembra o livro 'Memórias de Brideshead'", disse Koenig, que escreve as letras da banda. "Os dias de escola ingênuos e felizes no início. Depois a expansão do mundo, viagens, ver outros lugares, aprender um pouco mais sobre como as pessoas vivem. Depois o fim: tornar-se adulto, começar a pensar mais seriamente na vida e em sua fé. Se as pessoas puderem ver nossos três álbuns como um 'bildungsroman'" -uma novela de amadurecimento- "eu ficaria satisfeito."

Koenig e Batmanglij, que compõem quase todas as canções da Vampire Weekend, trabalharam em muito mais faixas do que nos álbuns anteriores da banda, insistindo no que ambos chamam separadamente de "controle de qualidade".

"O disco tem um tipo de tensão que está sempre lá, da qual me orgulho, e que é diferente dos dois primeiros", disse Batmanglij. "Mesmo que as canções sejam na maioria em tom maior, há algo que sobressai que é um pouco sombrio. Acho que isso é um reflexo do mundo."

Quando eles tinham material suficiente, Koenig e Batmanglij trabalharam pela primeira vez com um produtor de fora da banda: Ariel Rechtshaid, que fez sucessos como "Climax", de Usher, e trabalhou com roqueiros indie como Cass McCombs.

Sobre "Modern Vampires", Rechtshaid disse: "Nós não sabíamos que som queríamos, mas sabíamos que deveria soar diferente de tudo o que já tínhamos ouvido".

Brincando com sons, muitas vezes misturando teclados acústicos calorosos com uma bateria surreal, elaboradamente processada, eles se esforçaram para tirar enfeites que talvez tivessem mantido nos discos anteriores.

Batmanglij disse que não se oporia a um público maior. E acrescentou: "Talvez tenha a ver com nos deixar entrar na corrente dominante antes que as pessoas saibam o que somos de fato".


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