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New York Times

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Livro e exposição celebram violão

Por LARRY ROHTER

NAZARETH, Pensilvânia - Para os fãs de violão, uma visita à fábrica da C.F. Martin & Company se assemelha a uma experiência religiosa. Eles falam em tons reverentes sobre os instrumentos feitos à mão que são produzidos aqui há mais de 150 anos, referindo-se a certos modelos em fóruns on-line como o "Santo Graal" do violão acústico.

Um livro publicado neste mês sobre os violões Martin e uma exposição de instrumentos em 2014 no Museu Metropolitano de Arte de Nova York certamente reforçarão essa aura. O livro, "Inventing the American Guitar" [A invenção do violão americano], afirma que Christian Friedrich Martin, que fundou a empresa em 1833, não foi apenas um artesão sublime e um hábil empresário, mas também um inovador de primeira ordem em design e tecnologia.

"Ele estava sempre modificando as coisas e expandindo os limites", disse Peter Szego, um dos editores do livro. Na opinião de Szego, o instrumento "merece estar ao lado de um violino Stradivarius".

Até agora, colecionadores e pesquisadores tenderam a considerar o período entre as duas guerras mundiais como a era de ouro de inovação da empresa, e não suas primeiras décadas. Chris Martin, tetraneto do fundador, presidente e executivo-chefe da empresa, disse que o novo livro o "obrigou a repensar nossa história e a querer saber mais sobre aqueles primeiros anos".

Apesar de os violões Martin serem feitos no leste da Pensilvânia desde a década de 1840, a cidade de Nova York foi a primeira escala de C.F. Martin ao chegar aos Estados Unidos como imigrante alemão.

"Ele chegou aqui usando sua experiência de vendedor de loja, aquele modelo de aprendizado e o sistema de guildas do Velho Mundo e entrou diretamente no capitalismo americano", disse Jayson Kerr Dobney, curador do departamento de instrumentos musicais no Museu Metropolitano. "Por isso seu trabalho começou a mudar quase imediatamente. Devido ao aspecto de cadinho cultural de Nova York, ele foi exposto a influências que não teria se tivesse ficado na Alemanha."

A mais importante dessas novas influências, como demonstra o livro, foi espanhola. Martin abandonou o sistema austro-germânico de reforços laterais para sustentar o tampo do violão em favor do estilo espanhol de ripas em leque, que então ele adaptou ao estilo em X que é típico dos violões modernos.

"As características mais fundamentais, coisas que tomamos por garantidas nas Martins, ele não fazia antes de descobrir os violões espanhóis", disse Szego, que é arquiteto e colecionador. A adoção dessas técnicas tornou os violões Martin "maiores, de som mais forte e ressonante", atendendo ao que desejava o emergente mercado americano.

A partir de 14 de janeiro, vários dos violões mostrados no livro serão apresentados, juntamente com outros, na exposição no "Met" intitulada "Antigos violões americanos: Os instrumentos de C.F. Martin". Em conjunto, o livro, a exposição e um mercado florescente de revendas, em que os Martins clássicos podem custar mais de US$ 100 mil, refletem como esses instrumentos vintage -incluindo banjos, cavaquinhos e bandolins, que a empresa também fabricou -estão sendo elevados à posição de obras de arte.

"Estamos vendo a valorização deles como objetos, não apenas como instrumentos. É por isso que você os vê em um museu de arte", disse Arian Sheets, curador de instrumentos de corda no Museu Nacional da Música, na Universidade da Dakota do Sul.

"É um pouco como as pessoas terem roupas de estilistas e carros de luxo. O artesanato é surpreendente e o detalhe é muito agradável para pessoas ligadas a esse tipo de coisa."


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