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New York Times

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Lente

No coração dos texanos

Um senador do Texas esteve recentemente no centro da paralisação do governo. Depois, a revista "Time" dedicou uma reportagem de capa perguntando se esse Estado é o futuro dos EUA. Como ocorre com alguma frequência, o Texas anda sob os holofotes ultimamente. E ele não parece se incomodar.

O senador Ted Cruz, que está no Congresso desde janeiro, foi o rosto dos republicanos que fizeram o governo parar no começo de outubro. Embora ele tenha sido vilipendiado em grande parte do país, muita gente no Texas o aplaudiu, dizendo que havia enviado o senador a Washington justamente para sacudir as coisas.

"Fiquei orgulhoso de que ele seja texano", disse Bruce Labay, dono de uma empresa que presta serviços em campos petrolíferos, ao "New York Times". "Eu queria que ele tivesse aguentado firme, e ainda estaríamos paralisados."

Muitos outros parlamentares do Texas se alinharam a Cruz durante a paralisação do governo. O deputado Pete Sessions assim resumiu a briga: "Não somos franceses. Não nos rendemos". Enquanto isso, o vice-governador do Texas dizia que o presidente Barack Obama deveria sofrer um processo de impeachment.

Gail Collins, colunista do "Times", anteviu uma disputa presidencial em 2016 que incluiria Cruz e Rick Perry, governador do Texas. "No Texas há muita loucura, é difícil um louco normal chamar a atenção", escreveu ela. "Imagine um ano eleitoral com Perry e Cruz na televisão todas as noites. Para obter qualquer tempo na TV, os caras do Texas na Câmara dos Deputados teriam de pedir o impeachment enquanto fariam bungee jumping. Enquanto agitariam cartazes dizendo 'Secessão!'. Enquanto portariam armas escancaradamente."

Mas, embora muitos americanos critiquem o Texas como sendo muito conservador e obstrucionista, o Estado tem um outro lado que atrai os americanos. O fato de o Texas ser a terra da geração de empregos, do baixo custo de vida e dos impostos inferiores.

O Texas tem três das cidades que mais crescem no país -Houston, Austin e San Antonio- e resistiu à recessão melhor do que a maioria dos Estados. Por isso um artigo na revista "Time" sugeriu que mais gente irá se mudar para o Texas, e que os outros Estados seguirão seu exemplo, com um custo de vida mais baixo e menos regulamentações federais, mas também com mais desigualdade econômica e com uma rede de segurança cada vez mais precária para os pobres.

Perry, que ocupa o cargo de governador desde que George W. Bush saiu para se tornar presidente (outro lembrete da influência desproporcional do Estado), tem feito viagens por todo o país, noticiou o "Times", para tentar convencer os empregadores a se mudarem para o Estado dizendo que este é "o século do Texas".

Talvez uma parte do "século do Texas" seja a ascensão do kolache, um doce trazido por imigrantes tchecos para a região central do Texas em meados do século 19. Ele tem feito incursões além das fronteiras texanas e, conforme o "Times" noticiou recentemente, alguns empreendedores preveem que o kolache representará a nova geração dos donuts.

Mas a escritora Lisa Fain, de Nova York, autora de "The Homesick Texan Cookbook" (o livro de receitas do texano saudoso), disse ao "Times" que "o doce que está agora circulando pela América é aquilo que os texanos fizeram com os kolaches, não o que os tchecos trouxeram para o Texas". O kolache era tradicionalmente recheado com queijo adocicado ou frutas, mas agora recebeu uma variedade de novos sabores: queijo jalapeño, enchilada de frango, Nutella e banana.

A exemplo dos pratos mexicanos que cruzaram a fronteira, os kolaches agora têm um toque texano. "O que estamos vendo pode ser o surgimento de uma nova cozinha.É a 'Czech-Mex'."

EMMA G. FITZSIMMONS

Envie comentários para nytweekly@nytimes.com


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