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New York Times

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Cabelo, maquiagem, biquíni e barrigão

Por TAFFY BRODESSER-AKNER

LOS ANGELES - "Empurre!" Liza Elliott-Ramirez estava no estúdio de sua agência de modelos, a Expecting Models (Modelos Gestantes), fazendo fotos de grávidas de biquíni e salto alto.

A ordem de empurrar significava que a modelo devia projetar a barriga para frente, exagerando a fase de gestação, para que Elliott-Ramirez, 51, pudesse mostrar a clientes potenciais como a modelo estaria em alguns dias ou semanas, quando fosse feita uma próxima sessão de fotos.

Uma a uma, as modelos que aguardavam foram sendo chamadas para fotografar o que Elliott-Ramirez chama de "atualizações digitais" para seus clientes, que incluem a Target, a Old Navy e a revista "Fit Pregnancy".

"Não quero perder você", disse Elliott-Ramirez a uma gestante que tinha uma sessão de fotos marcada para o dia seguinte numa empresa de roupas para gestantes. A modelo, que atua na divisão "Famílias Reais" da Expecting Models, deveria dar à luz em seis dias.

Ela comentou que pretendia fazer fotos com seu bebê em anúncios para leite em pó infantil e bombas de sucção do leite materno. Mas, assim que voltar à forma antiga, ela voltará a trabalhar para sua agência anterior, que não quis identificar, pois seu contrato com ela exige exclusividade.

Desde 2000, a agência de Elliott-Ramirez lida unicamente com modelos profissionais durante e imediatamente após a gravidez. Elliott-Ramirez teve a ideia quando ela própria era modelo, engravidou e não conseguiu encontrar trabalho. Com 36 anos de idade, ela trabalhou até o segundo trimestre de gravidez.

"Comprimi minha barriga enquanto pude", contou. Vivendo em Nova York na época, ela telefonou a várias agências, perguntando se tinham contratos para modelos gestantes. "A resposta era: 'Procure-nos outra vez quando você voltar à forma.'"

Elliott-Ramirez conta que fez uma investida para descobrir empresas que precisassem de modelos gestantes.

"Liguei para o serviço de atendimento ao consumidor da Gap para encontrar o editor de fotografia", contou. "Pensei que tivesse tido sorte. Encontrei a editora. Quando finalmente pude falar com ela ao telefone, expliquei minha proposta. Ela me disse: 'Quantas modelos você vai me mandar?'. Falei: 'Não, não. Sou eu mesma a modelo.' Ela respondeu: 'Não tratamos com modelos diretamente. Mande seu agente nos procurar.'"

Como as grandes agências de modelos não tinham departamentos dedicados a modelos gestantes, Elliott-Ramirez enxergou uma oportunidade e abriu uma empresa.

"Em 15 dias contratei 14 garotas, literalmente." Agências famosas como Ford, Whilhelmina e Elite "não recebem todas as ligações. Modelos grávidas não são a especialidade delas."

Em 2008, ela ampliou sua empresa, a transferiu para Los Angeles e abriu um segundo escritório nessa cidade. Elliott-Ramirez contou que tem cerca de 200 modelos grávidas e representa 400 clientes ao todo, incluindo bebês, pais e crianças pequenas que às vezes chama para fotografar.

"É importante contar com a família real, porque não é possível fingir esse tipo de química na sessão de fotos", explicou.

"Não é possível fingir que uma mulher está amamentando se não está. No caso do Ergobaby [uma marca popular de 'canguru'], todos os bebês e mamães nesses anúncios são mães e filhos na vida real, por causa da proximidade, do cheiro da pessoa quando você leva o bebê no canguru. Se não fosse a mãe de fato, o bebê ficaria chorando."

Lotti Bluemner, 30, disse que uma amiga lhe contou sobre a Expecting Models e ela se cadastrou na agência, em parte para conseguir algumas fotos bonitas dela própria na gravidez.

Deu certo. Ela apareceu recentemente no site do canal de TV E!. "Fui a réplica de Kate Middleton para mostrar como eles vestem mulheres grávidas. Foi ótimo, uma sessão de fotos superdivertida."


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