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New York Times

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Ensaio - Jane E. Brody

Cães ajudam a melhorar saúde e sociabilidade

Quando cheguei perto de completar quatro anos como viúva, a solidão de morar sozinha começou a me deixar deprimida. A ideia de ter um companheiro de quatro patas, e não um de duas pernas, me pareceu agradável.

E foi assim que adotei um cachorrinho de cinco meses de idade, um bichon havanês pequeno o suficiente para que eu pudesse carregá-lo nos braços, mesmo quando eu chegar aos 90.

Vários amigos que não têm cães acharam que eu tinha enlouquecido. Com minha vida repleta de trabalho, viagens e eventos culturais, como eu conseguiria também cuidar de um cão?

Agora estou aqui, fazendo minha vida funcionar com Max II, um terror, mas sou louca por ele. Max me dá muito trabalho, mas me faz rir muitas vezes por dia.

Parece que isso não é estranho: em um estudo com 95 pessoas que mantiveram registros de quantas vezes davam risada, aquelas que tinham cachorros riam mais que as pessoas que tinham gatos ou as que não têm nenhum dos dois.

O benefício mais interessante (e não premeditado) que Max me trouxe talvez seja o das dezenas de pessoas que já conheci na rua que param e falam comigo.

Sem dúvida, Max melhorou minha vida social, sem dúvida alguma. As pessoas me agradecem por deixar que façam carinho no meu cachorrinho. E ele, por sua vez, as enche de afeto.

Pesquisas sobre o efeito dos animais de estimação sobre a saúde sugerem que eles, especialmente os cães, fomentam a saúde cardiovascular, a resistência ao estresse, os vínculos sociais e a longevidade dos donos.

Em 1980, a pesquisadora Erika Friedmann, fez um estudo inovador mostrando que, quando outros fatores não mudam, as pessoas com animais de estimação têm mais chances de sobreviver após receber alta de uma unidade de medicina coronariana.

Ela, que é professora da Escola de Enfermagem da Universidade de Maryland, também disse que a posse de um animal está relacionada a menores taxas de pressão arterial, colesterol e triglicerídeos, segundo estudos.

Outras pesquisas concluíram que idosos que levam seus cachorros para passear têm mais chances de praticar exercícios regularmente e ter boa forma física que aqueles que caminham com companheiros humanos.

Em novo estudo feito por Friedmann, verificou-se uma resposta fisiológica mais baixa a situações que induzem ao estresse quando se tem um animal de estimação.

Já a revista "Society & Animals" publicou uma pesquisa que mostra a melhora de fatores da saúde mental, como a solidão.

Na Austrália, pesquisadores concluíram que a posse de animais é associada a interações sociais e senso de comunidade.

Os idosos que possuem animais de estimação mostram "significativamente menos insatisfação com seu estado social, físico e emocional", segundo veterinários da Universidade da Califórnia em Davis.

Friedmann enfatizou que os animais de estimação "não são uma panaceia" a serem tratados como um medicamento.

"Viver com um animal envolve responsabilidade, a criação de rotinas de alimentação, exercício e cuidados", ela disse.

"Os benefícios que a pessoa recebe estão vinculados a essas responsabilidades."


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