Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

New York Times

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Uso da tecnologia divide observadores de aves

Por COREY KILGANNON e EMILY S. RUEB

Pete Dunne e Benjamin Van Doren dividem uma paixão pela identificação de espécies de aves raras, registrando seus avistamentos e competindo em eventos conhecidos como Grandes Dias. No entanto, suas técnicas não poderiam ser mais distintas. Van Doren, 20, tem uma câmera de 2.500 dólares e um iPhone cheio de guias de campo e aplicativos que o ajudam a localizar os melhores locais para encontrar certas espécies.

Dunne, 62, se recusa a levar uma câmera e mantém o seu telefone desligado. Ele se abstém de aplicativos e de bibliotecas digitais em favor do diário que mantém desde os sete anos. Para ele, a proliferação da tecnologia altera toda a dinâmica de observação das aves, "se afastando da arte da identificação de campo".

Dunne diz que, hoje, tudo está conduzindo ao estado de "fotografar primeiro e identificar depois". A competição de observação de aves, antes vista como um refúgio para o mundo moderno, agora está debatendo o quanto deve abraçar a tecnologia e se a fotografia deve ser exigida para provar um avistamento.

O Campeonato Mundial é realizado em maio em Nova Jersey, parada obrigatória para os pássaros, e o evento atrai cerca de mil dos maiores observadores de aves do mundo, que correrão por todo o Estado tentando identificar o maior número de espécies que conseguirem em 24 horas por meio da visão ou da audição.

A competição não exige prova fotográfica, e a pontuação utiliza o sistema de honra, embora os concorrentes que aleguem ter visto aves raras possam ser questionados. As regras não permitem o uso de instrumentos na localização ou na audição das aves. Cantos gravados não podem ser tocados a céu aberto, onde eles podem induzir os pássaros a responder, por exemplo.

O lado pró-tecnologia argumenta que é bobagem proibir ferramentas que educam os observadores de aves, tornam a observação mais receptiva e criam apoio para a conservação.

"Isso traz novo fôlego às competições", declarou Scott Whittle, fotógrafo de Cape May, Nova Jersey. Ele contou que começou a observar as aves há seis anos e fotografava os seus avistamentos porque as pessoas poderiam não confiar no que ele dizia.

A comprovação dos avistamentos e o combate às enrolações -avistamentos discutíveis por observadores inexperientes, mais velhos ou simplesmente trapaceiros- é o principal argumento para o uso de fotografias.

Jeffrey Gordon, presidente da Associação Americana de Observadores de Aves, disse que, embora o sistema de honra continuasse importante, as fotos podem oferecer "um padrão mais alto de prova", especialmente para os avistamentos raros e para os novos observadores que ainda não estabeleceram a reputação de identificação correta.

Mesmo puristas como Dunne, funcionário da Sociedade Audubon de Nova Jersey que fundou o Campeonato Mundial, acreditam que ferramentas que tornem a observação de aves mais acessível são bem-vindas. Mas introduzi-las nas competições, segundo eles, transforma o que deveria ser uma prova de devoção e de habilidade em uma competição onde a tecnologia se torna uma exigência.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página