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New York Times

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Estúdio celebra volta de "Avatar"

Por MICHAEL CIEPLY

LOS ANGELES - Como o veículo submarino que James Cameron usou para mergulhar quase 11 quilômetros no Pacífico, os muito esperados roteiros para suas três sequências de "Avatar" em breve surgirão na superfície, provavelmente dentro de semanas. Cameron trabalha há vários anos nos filmes "Avatar", pelo menos quando não está entregue a sua outra paixão, explorar as partes mais profundas do oceano.

Para os que compartilham as aventuras de Cameron -especialmente os executivos da 20th Century Fox, que lançaram "Avatar" com cerca de US$ 2,8 bilhões em vendas de ingressos mundiais quase cinco anos atrás-, os roteiros finalizados vão indicar o início da que será talvez sua maior empreitada.

A Fox, Cameron e seus sócios na Lightstorm Entertainment estão esperando que três sequências de "Avatar" -que deverão ser lançadas em três dezembros seguidos, a partir de 2016- transformem suas empresas e possivelmente mais uma vez definam um novo padrão de entretenimento multimídia em grande escala.

Bilhões de dólares foram empregados no esforço. Cameron disse vagamente que seu custo de produção combinado será inferior a US$ 1 bilhão, embora os filmes não possam ser orçados enquanto não estiverem escritos.

"Jim é principalmente um explorador na vida, e é o que ele faz em seus filmes", disse Jon Landau, sócio de Cameron. Landau descreveu um esforço de vários anos para definir o conceito de todo um universo "Avatar" que seria realizado ao longo de 20 anos ou mais em várias mídias, algumas das quais ainda não foram inventadas. "Isto não tem a ver com um meio definido", acrescentou Landau, referindo-se às ideias elaboradas por Cameron, juntamente com uma equipe de quatro roteiristas e um romancista, Steven Gould.

A Fox aguardou Cameron, mas isso teve um custo. O hiato de "Avatar" causou certo encolhimento da Fox, que em 2013 caiu para o sexto lugar entre os principais estúdios em participação de mercado. Em 2013 ela teve cerca de US$ 1,1 bilhão em vendas de ingressos nos EUA, comparadas com quase US$ 1,5 bilhão em 2010, quando "Avatar" caminhava para ser o filme de maior faturamento na história.

Enquanto a Warner explorava as séries "Harry Potter" e "Hobbit", a Fox concluía sua franquia de décadas de "Guerra nas Estrelas", que foi para a Disney com a compra da Lucasfilm. Ela também avançou com seus filmes "X-Men", mais modestos, e reconstruiu "O Planeta dos Macacos", série de 1968.

Mas os novos filmes "Avatar" têm um potencial narrativo infinito. Além disso, eles estão ligados à insistência de Cameron em uma experiência de público mais realista. Na visão de Jim Gianopulos, executivo-chefe da 20th Century Fox, isso faz valer a pena esperar.

"Depois de tantos anos juntos, você apenas diz: OK, Jim está pronto para fazer um filme. Vamos amarrar os cintos e começar a viagem", disse Gianopulos.

Mas a impaciência às vezes é notável na Fox. Durante uma ligação em viva-voz no início de 2010, Rupert Murdoch, cujo conglomerado de mídia é dono da 20th Century Fox, advertiu os investidores a não esperarem uma sequência prometida por Cameron para tão cedo. "Tratando-se de Cameron, eu não seguraria a respiração por um filme em breve", disse Murdoch.

Os executivos da Fox, a certa altura, acreditavam que poderiam filmar a sequência de "Avatar" em 2011 para lançamento neste ano.

Mas Cameron se envolveu em um emaranhado de compromissos e preocupações. Estas incluíam mergulhos ultraprofundos, hoje tema de um documentário em 3D narrado por ele e chamado "Deepsea Challenge 3D". Nele, Cameron explica que está dividido entre o cinema e suas expedições e não consegue decidir qual é mais importante.

Depois veio sua própria crença de que ele precisava não de um, mas de três filmes, a serem feitos ao mesmo tempo, juntamente com uma série crescente de empresas relacionadas, para concretizar sua visão.

Em uma área com o tema "Avatar" na Disney em Orlando, Flórida, Cameron ajudou a criar uma atração que em 2017 vai colocar os visitantes em seu planeta mítico Pandora. "Eles vão caminhar embaixo de montanhas flutuantes mais altas que três Staples Centers empilhados", disse Landau, referindo-se ao estádio de Los Angeles.

Tecnologicamente, disse Landau, os novos filmes vão superar o primeiro. Quanto às tramas, ele disse que espera que todos os filmes sigam os personagens principais, interpretados por Sam Worthington e Zoe Saldana, que foram centrais no primeiro. "É a história de sua vida juntos", disse ele.

Perguntado se um dos filmes, como foi sugerido às vezes em sites voltados para os fãs e em outros lugares, transcorreria principalmente embaixo d'água, Landau disse que isso talvez fosse esperar demais, mesmo do submersível Cameron. Como ele notou, "é difícil fazer uma cena de diálogo embaixo d'água".


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