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New York Times

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Lituânia se prepara para aderir ao euro

Por JACK EWING e JAMES KANTER

FRANKFURT - Deflação à vista. Populismo antieuropeu em alta. Desemprego quase batendo recorde. Potencialmente, a zona do euro é um clube no qual poucos países estão ansiosos para entrar. Em 1° de janeiro, porém, se tudo correr conforme planejado, o comércio na Lituânia passará a aceitar euros e o país abrirá mão de sua soberania para adotar a política monetária do Banco Central Europeu.

A Lituânia poderá ser o último novo membro da zona do euro até o final desta década. Dos outros sete países da União Europeia que ainda pretendem aderir à moeda comum, nenhum cumpre todos os critérios de desempenho econômico, disciplina orçamentária ou independência do Banco Central, segundo relatório divulgado pelo Banco Central Europeu.

Após seis anos de crise e taxa de desemprego perto de bater o recorde da região, os líderes políticos sentem pouca pressão para entrar na zona do euro.

Teoricamente, todos os membros da UE devem se empenhar para integrar a zona monetária, exceto o Reino Unido e a Dinamarca. Para se qualificar, os países precisam adotar mudanças em seus sistemas legais e suas economias, como afrouxar regras de contratação e demissão.

Os países da UE que continuam fora do bloco econômico, como Suécia e República Tcheca, não demonstram muito entusiasmo para mudar isso. Os outros são Bulgária, Hungria, Croácia, Polônia e Romênia.

"Os países que ainda não se integraram ainda têm muitas tarefas estruturais pela frente", disse Mujtaba Rahman, da empresa de consultoria Eurasia Group.

Um caso à parte é a Polônia. Com uma população de mais de 38 milhões e uma das economias de crescimento mais rápido na UE, seria uma novidade bem-vinda no clube do euro. No entanto, o governo, que enfrenta forte oposição no Parlamento, não tem como prioridade harmonizar as leis de seu Banco Central com os padrões da zona do euro. "Os poloneses hesitam em aderir ao euro", comentou Rahman. "E a causa disso é mais política do que econômica."

O euro continua atraente para países menores como a Lituânia, que tem 3 milhões de habitantes e cujo Produto Interno Bruto foi estimado em US$ 67 bilhões em 2013. O primeiro-ministro da Lituânia, Algirdas Butkevicius, sugeriu que o elo com Bruxelas por meio da moeda unificada seria benéfico na esteira da investida russa na Ucrânia. Para entrar no clube do euro, os países não podem mais deixar suas moedas se desvalorizarem para tornar suas exportações mais competitivas.

O efeito disso é evidente na Grécia. Sem sua própria moeda para absorver o choque da crise devido ao endividamento, muitos gregos têm sido obrigados a aceitar cortes salariais significativos.

Há uma década, a Lituânia atrelou sua moeda, o litas, ao euro, de forma que não dará espaço para manobras. Ao contrário, o uso do euro alivia o Banco Central do país do estresse de defender o valor do litas nos mercados monetários.

Partidos hostis à União Europeia ou desejosos de abandonar o euro foram os grandes vencedores nas eleições para o Parlamento Europeu em maio. Isso ocorreu até na França e na Alemanha, os dois maiores membros do bloco.

Um levantamento realizado no ano passado mostrou que até na Lituânia os oponentes ao clube do euro são muito mais numerosos do que seus apoiadores.

Líderes europeus citaram a Lituânia como prova de que o euro continua atraente e como confirmação do progresso feito para escorar o euro após seis anos de turbulências que quase afundaram o projeto.

A entrada da Lituânia no bloco econômico do euro, disse Butkevicius, traria "uma vida melhor para todos os residentes do país".


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