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New York Times

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Lente

Buscando uma zona de conforto

O conforto de uma pessoa pode ser incômodo para outra

Para mais produtividade, relaxe, dizem pesquisas. Desacelere, vista-se com simplicidade, fique tranquilo. Nós escutamos, ávidos para ser criaturas confortáveis.

Provavelmente, sua cadeira na escola não era confortável. Tinha um desenho rígido e era feita de aço, serragem e resina, para um estudante sentar e trabalhar. Mas hoje tudo tem de ser ergonômico. As novas cadeiras na Escola Secundária Thomas Nelson, no Kentucky, permitem que os alunos olhem para a frente ou para trás. São "amigas dos humanos" e "se conformam ao corpo", disse ao "Times" o diretor da escola, Wes Bradley. Em Albuquerque, as cadeiras da Escola Secundária nex+Gen Academy têm rodas. Os administradores dizem que crianças com cadeiras flexíveis parecem mais interessadas.

Mas não são só as crianças que estão ficando mais confortáveis. Uma tendência estranha e imprecisa leva mulheres adultas a usar chinelos grandes e peludos nas ruas, algumas os combinando com ternos executivos. O visual pode estar ligado à estilista Phoebe Philo, cujo desfile de primavera 2013 para a marca Céline apresentou sapatos peludos, escreveu Guy Trebay, no "Times".

A moda tende a "desgastar as divisões entre a vida pública e a doméstica", escreveu Trebay. Lingeries usadas como roupas externas, pijamas na rua e sapatos Crocs são "exemplos de como a divisão entre o que vestimos em casa e nos apresentamos na rua tornou-se imprecisa".

Para Hamish Bowles, da "Vogue", "tudo tem a ver com o conforto". Mas Carlyne Cerf de Dudzeele, outra editora da "Vogue", ficou surpresa. "Você não consegue encontrar outra coisa para usar e se sentir confortável?"

Há opções. Pijamas-macacão de moletom destinados a crianças, mas em tamanho grande, fazem os adultos voltarem a ser bebês. Criados como uma afirmação antimoda, eles podem desaparecer tão rapidamente quanto surgiram, pois o conforto de uma pessoa pode incomodar outra.

No escritório, não há definição universal de conforto, especialmente no que se refere à temperatura, escreveu Maggie Koerth-Baker na "Times Magazine". O ar-condicionado torna-se cada vez mais acessível, e a globalização ajudou a popularizar um código de construção chamado Ashrae 55, que determina a temperatura ideal para grandes edifícios em todo o mundo. Mas o padrão não é alheio às culturas. "Ele baseia-se na Equação de Conforto de Fanger, um modelo matemático desenvolvido na Dinamarca e nos Estados Unidos nos anos 1960 e 1970, que tenta dar conforto a um trabalhador muito específico: um homem que usa um terno executivo completo", escreveu Koerth-Baker.

Mas o que dizer sobre o guarda-roupa de funcionários de escritórios em países mais quentes, onde um "dashiki" [uma bata africana] é uma vestimenta profissional aceitável? Esses trabalhadores poderão começar a se vestir de maneira diferente, ficando menos confortáveis na rua e em casa, escreveu ela.

Também as mulheres tendem a usar blusas mais finas, saias e sandálias quando faz calor. "Mas a temperatura no prédio é definida para os homens, que vestem camisas de mangas compridas e sapatos fechados o ano todo", disse à "Magazine" Susan Mazur-Stommen, do Conselho Americano para uma Economia Eficiente em Energia. "Se todos se vestissem de acordo com o clima, não precisaríamos aquecer ou resfriar tanto os prédios."

Mas o que é apropriado, se, como diz Koerth-Baker, a definição de algo tão elementar quanto o conforto está sempre mudando?

ANITA PATIL

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nytweekly@nytimes.com


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