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Opinião

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Carlos Heitor Cony

Polêmicas

RIO DE JANEIRO - Polêmicas há, por aí afora, em busca da verdade ou solução. Como se não bastassem as discussões que chateiam o homem desde o início dos tempos (Deus existe? De onde viemos? Para onde vamos?), volta e meia aparecem polêmicas que nunca chegam a um resultado.

Uma delas, que, sendo cíclica, ameaça tornar-se eterna, é sobre a marca de cigarros que Noel Rosa fumava. Os especialistas no assunto já se descompuseram, fizeram pesquisas, ouviram fontes --e não se chegou a nenhuma certeza. Para uns, Noel fumava Liberty ovais. Para outros, Yolanda (com y mesmo) também ovais. O ponto pacífico é o ovais. Nem o Ruy Castro ousou discrepar da ovalidade ou ovacidade ou ovacuidade dos cigarros fumados pelo cantor da Vila.

Além da marca do cigarro, criaram-se teses e antíteses a respeito de Noel. Por exemplo: a hora de sua morte. Há tratados sobre o assunto, mas as discordâncias são tantas e tais que se pode duvidar da morte dele. Devastadora angústia é sobre a injeção que Noel tomou pouco antes de morrer. Já foram citadas a cânfora e a morfina, havendo corrente de opinião que optou pelo "Tonosfosfan", produto em voga naquele tempo. O número da casa em que Noel nasceu é tão inquietante quanto o número da casa onde ele morreu.

Há um mérito nisso tudo: vão acabar negando-lhe a existência. E, tal como Homero e Shakespeare, Noel será considerado um "mix" de diversos autores.

Mas nem só de Noel vive uma polêmica. Que as há, várias e complicadas, as há. Acontece que não me pagam para fomentar polêmicas. O único fomento que me permitem é o fomento da agricultura --e já a fomentei devidamente mandando os desafetos plantar batatas.

Até hoje há polêmica sobre o adultério de Capitu. Evitando mais uma, Daniela Mercury saiu do armário.


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