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A segurança de Alckmin

A divulgação dos dados da violência do mês de março no Estado de São Paulo reforça a hipótese de que um confronto não convencional entre policiais e bandidos ajudaria a explicar o aumento dos homicídios. O auge desse embate ocorreu na franja entre a capital e os municípios vizinhos, durante o segundo semestre de 2012.

As estatísticas ainda sofrem o efeito daquele surto. No primeiro trimestre de 2013, os 1.189 casos de homicídio com intenção de matar representaram 10,8% de alta perante o mesmo período do ano passado. Já em contraste com as 1.503 ocorrências do último trimestre de 2012, houve queda de 21%.

O governo estadual se fia na segunda comparação, que lhe é mais favorável, para dizer que o pior já passou. Do ponto de vista estatístico, se a incidência de assassinatos do primeiro trimestre se mantiver estável até o fim do ano, a trajetória de alta terá sido interrompida.

A questão, obviamente, não é só estatística. O círculo vicioso da matança --assassinatos de policiais em folga que motivam represálias de grupos de extermínio nas periferias da capital-- não foi inteiramente desfeito. Apenas a ação tenaz das autoridades na elucidação rápida de crimes pode evitar uma nova onda de violência.

A esse respeito, registre-se o aumento de 17% nas prisões feitas pela polícia no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012. Reforçar a investigação, a cargo da Polícia Civil, é uma prioridade do secretário da Segurança, Fernando Grella, que assumiu em meio à crise, em novembro.

Diretriz de seu antecessor, a concentração de poder na Polícia Militar e no grupo de elite Rota acabou associada ao acirramento da violência no Estado.

Há cinco meses no posto, o período de adaptação de Grella vai se esgotando. Ele passará a ser mais cobrado pelos resultados.

Não há assunto que pareça mais estratégico também para a pretensão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reeleger-se no ano que vem. A taxa de homicídios de São Paulo, de 11,7 casos por 100 mil habitantes, é a menor do país e equivale a menos da metade da média nacional.

Ainda assim, o eleitor paulista vai questionar por que há piora relativa nos índices --sem falar do aumento da chamada sensação de insegurança--, caso ela se mantenha até meados de 2014.


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