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Carlos Heitor Cony

A morte de Jango

RIO DE JANEIRO - A Comissão da Verdade pretende pedir a exumação do corpo de João Goulart, que morreu em Mercedes (Argentina) no auge da Operação Condor, em 1976.

Publicamos, Anna Lee e eu, em 2003, pela Objetiva, o livro "O Beijo da Morte", que ganharia um prêmio Jabuti naquele ano. Começamos a trabalhar a partir de uma reportagem do "Jornal do Brasil", de 19 de maio de 2000, assinada por Sônia Carneiro. Título da matéria: "Governo apura a morte de Goulart".

Na verdade, era um assunto velho. Um juiz de Curuzú Cuatiá, província de Corrientes, já havia pedido a exumação do corpo do ex-presidente, mas um acordo entre os generais que governavam o Brasil e a Argentina sustou a medida.

Logo depois, uma Comissão Externa da Câmara dos Deputados, a pedido de Miro Teixeira, começou a investigar o assunto, ouviu pessoas ligadas à morte de Jango, inclusive seu filho João Vicente.

Uma nota na coluna de Hildegard Angel anunciou que a comissão iria ouvir a mulher de Jango, dona Tereza Goulart. A pedido de Leonel Brizola, cunhado de Jango, o próprio Miro Teixeira solicitou o fim dos trabalhos, que não são conclusivos, mas deixam claro que a morte do ex-presidente exigia apuração.

Outros pedidos de exumação foram feitos, mas João Vicente, depondo na Câmara dos Deputados, disse que a família negaria a autorização, a menos que a operação fosse feita por técnicos e institutos internacionais.

O atestado de óbito de Jango, assinado por um pediatra de Mercedes, diz que a morte foi provocada por uma "enfermidad". Depondo na comissão, Miguel Arraes declarou que Jango fora envenenado. Meses antes, ele pedira a Brizola que transmitisse ao ex-presidente o aviso para que não dormisse duas noites seguidas no mesmo local.


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