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Cristina Grillo

Perigo nas ruas

RIO DE JANEIRO - Amigos que moram em outras cidades telefonam preocupados. Perguntam o que está acontecendo com os ônibus do Rio e se é, de fato, um risco de proporções inimagináveis usá-los.

Para quem vê de fora, a situação é de fato assustadora.

Um dia motorista e passageiro brigam, o ônibus cai do viaduto e oito pessoas morrem; no outro, o veículo sobe a calçada, atropela e mata um bebê; alguns dias depois, um menor estupra uma passageira à luz do dia.

Horrível, sim, mas não é de agora que passageiros penam nas mãos de motoristas despreparados e enfrentam o risco de assaltos com maior ou menor grau de violência.

No início dos anos 80, todos nós, alunos do campus da UFRJ na Praia Vermelha, zona sul da cidade, sabíamos o "horário do assalto".

Quem pegasse ônibus que seguia pelo aterro do Flamengo, por volta das 17h, tinha consciência dos riscos de ficar sem a mochila.

Também sabíamos em quais curvas o motorista maldosamente aceleraria, quais sinais avançaria, em quais pontos não pararia...

Por isso desanima ver que continuam circulando pela cidade ônibus com dezenas de multas acumuladas, há anos com vistorias vencidas, e guiados por motoristas que cometem infrações com tanta naturalidade que parece que isso é uma de suas atribuições profissionais.

Exigir que motoristas façam cursos de reciclagem é pouco. Se um profissional do transporte público não sabe que sua obrigação é respeitar limites de velocidade, sinais fechados, faixas exclusivas, ele deveria perder sua habilitação.

Um desafio: experimente contar, enquanto percorre a avenida Presidente Vargas, quantos ônibus avançam sinais e saem da faixa exclusiva. A impressão que dá é que, se todos os infratores fossem punidos, faltariam motoristas para atender a população.


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