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Opinião

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Dúvida sobre o Paquistão

Décadas de violência, de instabilidade política e de desequilíbrio econômico desautorizam projeções otimistas sobre o futuro do Paquistão. Mas a vitória mais ampla do que o esperado, sem a necessidade de negociar uma coalizão, assegurou ao primeiro-ministro eleito, Nawaz Sharif, razoável capital político para enfrentar os graves problemas do país.

Esta é a terceira chance do conservador Sharif, premiê por duas vezes na década de 1990. Ficou conhecido no exterior por promover o primeiro teste nuclear do país, em 1998. Um ano depois, seu segundo governo foi interrompido por um golpe militar.

As relações com os EUA estão na lista das tarefas mais difíceis. A operação que matou Osama bin Laden em solo paquistanês, em 2011, e os milhares de mortos --inclusive civis-- em ataques de "drones" (aviões teleguiados) fizeram a opinião pública se voltar contra a aliança militar com os americanos.

Durante a campanha, Sharif, em busca de votos, prometeu que não se submeteria às demandas dos EUA, que cobram mais firmeza contra o Taleban, e sinalizou querer negociar com o grupo fundamentalista. Mas terá de ser pragmático com Washington para obter apoio a um acordo de US$ 9 bilhões em negociação com o FMI.

Tal socorro aliviaria os urgentes problemas do país, como as reservas internacionais insuficientes para cobrir dois meses de importações. A falta de segurança tem inibido investimentos estrangeiros, e falhas de infraestrutura impõem a interrupção de energia várias horas por dia em algumas regiões.

Outro desafio para Sharif é reconciliar-se com o Exército, que o algemou e encarcerou em 1999. O contencioso com os militares inclui o futuro do general Pervez Musharraf, cabeça daquele golpe. O futuro premiê decidirá se ele deve ser julgado por traição, o que pode condená-lo à morte.

Sharif também terá de negociar com os militares para cumprir a promessa de melhorar as relações com a Índia, com a qual o Paquistão travou três guerras e mantém disputa territorial. Há ainda os potenciais impactos à segurança do país com a anunciada retirada da Otan do Afeganistão, em 2013.

Todos temas espinhosos, que o mundo acompanha inquieto, por seu impacto na geopolítica global.


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