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Opinião

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Frustração industrial

A queda da produção industrial em maio é mais um ingrediente negativo no caldo de incertezas sobre a recuperação do crescimento da economia brasileira.

A indústria reduziu em 2% sua produção, na comparação com abril, e reverteu os sinais positivos que o mês anterior havia deixado. Em abril, a atividade crescera 8,4%, se comparada com o mesmo período de 2012. Em relação a maio do ano passado, porém, o avanço foi de apenas 1,4%.

O mau desempenho divulgado ontem pelo IBGE foi notado especialmente no segmento de bens de capital, que recuou 3,5%. A produção de máquinas e equipamentos caiu 5%, o que indica que a recuperação do investimento ocorre em ritmo menor do que o esperado.

Imaginava-se que o setor manufatureiro pudesse contribuir com mais vigor para o crescimento no segundo trimestre. Mas essa expectativa dificilmente se cumprirá, como sugerem os dados de maio.

Com isso, crescem as chances de que as previsões de expansão do PIB feitas pelo mercado, que estavam em 2,4% na semana passada, se aproximem ou, em hipóteses mais pessimistas, até fiquem abaixo de 2% neste ano. No início de 2013, quando ainda vigorava certo otimismo, a estimativa de crescimento superava 3%.

A incerteza quanto à atividade econômica age como a água sobre o papel: é capaz de a desintegrar. Sem confiança, empresários não investem, e consumidores não compram. Planos de crescimento ficam, assim, engavetados.

Para piorar, analistas afirmam que as manifestações das últimas semanas afetaram vendas e atrasaram entregas industriais. Mesmo que esse efeito colateral seja debelado com o passar dos meses, ainda restará a desconfiança sobre a capacidade do governo de responder a todas as demandas sociais que surgiram nas ruas.

Parece repetir-se em 2013 o mesmo padrão verificado nos últimos anos: as previsões começam em alta, mas o passar dos meses e a inépcia do governo logo corroem o otimismo, resultando na frustração das expectativas.


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