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Opinião

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Neymar Jr. e Alan Fonteles

Um futuro esportivo para as crianças

O nível de atividade física no Brasil vem caindo ano a ano. As crianças brasileiras são as menos ativas da América Latina --um risco para o país

Na condição de atletas profissionais, muitas vezes nos perguntam o que fazemos para atingir nosso potencial. Embora seja verdade que o sucesso não vem por acaso, talvez a resposta para essa pergunta não seja tão complicada quanto parece.

Na verdade, é bem simples: quando éramos crianças, alguém nos deu uma bola, nos ensinou a correr ou apenas nos levou ao parque.

Cada um de nós guarda uma lembrança das pessoas que nos incentivaram a praticar esportes. Naquele tempo, era tudo diversão, mas hoje temos consciência de o quanto esse assunto é sério.

O esporte e a atividade física são comprovadamente atividades que melhoram o desempenho escolar e profissional das pessoas. Eles não trazem benefícios apenas para atletas de elite. São bons para todos, principalmente para as crianças.

Quanto mais cedo começarem as experiências positivas com esportes e brincadeiras, melhores serão os resultados para as suas vidas.

Infelizmente, nossa sociedade tem caminhado na direção errada. Nossas crianças não têm acesso aos esportes e jogos na mesma medida em que nós tínhamos.

Entre os anos 2002 e 2007, o nível de atividade física no Brasil caiu 6%, segundo estudo inédito da Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos). Se continuarmos nesse ritmo, esse índice poderá ter diminuído 34% até 2030.

O que preocupa, se isso acontecer, é que o preço em termos de saúde e bem-estar que a população pagará será muito, mas muito maior do que qualquer custo financeiro que se possa imaginar.

As crianças brasileiras são as menos ativas de toda a América Latina, e essa realidade pode causar um grande impacto em sua qualidade de vida e seu futuro --e, portanto, no do país também.

Estudos demonstram que alunos envolvidos em programas regulares e bem orientados de educação física na escola apresentam desempenho melhor do que colegas que não têm estímulo físico. Já foi provado que a prática de atividade física está intimamente relacionada a melhores condições de saúde e autoconfiança, bem como a uma maior probabilidade de atingir renda e produtividade melhores no futuro.

O mundo estará de olho no Brasil durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos do Rio. O país será visto como exemplo daquilo que o esporte é capaz de promover. Esses momentos são importantes --representam uma oportunidade de levar inspiração às pessoas para que comecem a se exercitar e se apaixonem pelo esporte. O Brasil pode mudar sua cultura e liderar o mundo nessa missão de dar um futuro melhor às crianças --um futuro em que todas as gerações, não somente a delas, sejam ativas e saudáveis.

Agora é a hora de agir e fazer a diferença, antes que seja tarde. Neste Dia das Crianças, chamamos a atenção para hábitos fundamentais: cultivar programas em família que envolvam atividades físicas, como ir ao parque e brincar ao ar livre. E transformar a atividade física em parte da rotina --caminhar até o supermercado, preferir escadas a elevadores e praticar esportes coletivos como o futebol.

Neste Dia das Crianças, vamos nos unir em torno do compromisso de ajudar as gerações futuras a correr, pular, dançar e chutar a bola, para que atinjam o seu potencial, como fizeram conosco.

Os benefícios da participação em atividades esportivas são extraordinários. Medalhas, honrarias e glória trazem orgulho, mas o mais importante é aproveitar a oportunidade de se divertir com os nossos filhos e fazer bem à saúde --deles e a nossa. Essa atitude simples vai fazer uma enorme diferença.


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