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Paula Cesarino Costa

Urubus do Galeão

RIO DE JANEIRO - Chegar ou sair do Rio de avião parece uma viagem no túnel do tempo. Não para o futuro, claro, do qual o Aeroporto Internacional do Galeão só traz lembrança quando se olha para o teto coberto de laminados prateados --iguais àqueles usados em filmes de ficção científica de quinta categoria.

É uma viagem ao passado. O que mais impressiona no Galeão atual é sua semelhança com o laboratório do Frankenstein. Fios desencapados, canos aparentes, massa cinzenta deslocada de lugar --não é o cérebro de ninguém, mas compensados tenebrosos tentando ocultar a bagunça de uma obra que se arrasta ainda mais lentamente que o processo de concessão do aeroporto à iniciativa privada.

O governo Dilma Rousseff foi lento e inseguro. Marcou data, depois adiou. Titubeou no formato, mudou as regras. Agora promete efetivá-la em 22 de novembro. O ministro Moreira Franco (Aviação Civil) disse que o modelo de concessão significará um "sacrifício" para o país, porque o Tesouro terá de capitalizar a Infraero.

Sacrifício quem passa são os passageiros. Entre malas que nunca chegam, escadas quebradas, banheiros interditados, pouca informação e a luta por um táxi ou ônibus.

A revitalização do Galeão é uma novela que começou em 2008. Inclui a ampliação dos dois terminais e obras nas pistas e pátios. Segundo a Infraero, até setembro último foram executadas 36% das obras do primeiro terminal e 44% das do segundo, mas serão entregues em abril de 2014, ou seja, antes da Copa. Será?

Inaugurado em 1977, o Galeão já foi o mais importante aeroporto do país. Obcecado por sua privatização, o governador Sérgio Cabral forjou duras e precisas definições: "anticartão de visitas do Rio", "uma vergonha", "pior do que uma rodoviária de quinta categoria". Está certo. Talvez o Galeão com urubus que ameaçam os voos seja a única coisa mais impopular do que Cabral no Rio.


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