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Opinião

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Moderação americana

Os resultados das eleições realizadas nesta semana em algumas cidades e Estados norte-americanos aprofundaram o desgaste político do Tea Party, ala ultraconservadora do Partido Republicano.

Começaram no mês passado os problemas, quando parlamentares ligados ao grupo lideraram uma onda de pressões sobre o governo do democrata Barack Obama, no intuito de conseguir mudar dispositivos da lei que universaliza o acesso à saúde nos EUA, conhecida como Obamacare.

A estratégia conservadora teve dois passos. Primeiro, a maioria republicana recusou-se a aprovar na Câmara o Orçamento federal, impedindo o governo de renovar contratos de trabalho de funcionários e realizar uma série de despesas.

Na sequência, ameaçou não votar o aumento do teto da dívida pública. Nessa hipótese, o país deixaria de honrar compromissos com credores, o que traria graves consequências à economia mundial.

Os resultados não foram positivos. Pesquisa encomendada pela rede de TV CNN mostrou forte rejeição à atitude republicana. Três quartos dos americanos disseram que a maioria dos congressistas do partido não merecia ser reeleita --21 pontos percentuais acima dos que disseram o mesmo sobre os democratas.

Nas eleições, o Tea Party sofreu novos reveses. O mais ruidoso foi a derrota do ultraconservador Ken Cuccinelli, postulante ao governo da Virgínia, que tentou sem sucesso transformar o pleito num referendo sobre o Obamacare.

Em Nova Jersey, a folgada reeleição do governador republicano Chris Christie, virtual candidato à Casa Branca, foi interpretada como evidência de que o partido pode sair-se melhor com uma linha menos sectária. Embora defina-se como conservador, Christie é pragmático e tem posições moderadas.

Seu desempenho durante as inundações causadas pelo furacão Sandy, quando atuou em colaboração com o presidente Barack Obama, foi aprovado por mais de 80% da população do Estado. Os resultados eleitorais mostraram que seu prestígio cresceu em faixas menos propensas a votar no Partido Republicano, como a população hispânica e negra.

É cedo para saber se os republicanos perderão terreno nas próximas disputas. Os sinais mais recentes, contudo, parecem confirmar uma característica duradoura do sistema norte-americano. Embora acomode radicalismo nas prévias, tende a premiar nas urnas os políticos que convergem para o centro.


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