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Rogério Gentile

R$ 1 milhão por aí

SÃO PAULO - Kassab anunciou ontem o apoio do seu PSD à candidatura Dilma, antecipando em meses uma decisão que pretendia formalizar apenas em 2014. O apoio ocorreu 48 horas depois de Haddad mudar o foco de ação da Controladoria-Geral do Município, o órgão que investiga o desvio de R$ 500 milhões dos cofres públicos pela chamada "máfia do ISS", em São Paulo.

Se, dez dias atrás, Haddad dizia que o órgão foi criado como "uma resposta do Executivo a uma situação de descalabro" que herdara na prefeitura, agora o petista afirma preferir que a Controladoria não gaste tanto tempo assim olhando para trás. O que aconteceu nesse meio-tempo?

De lá para cá, Haddad perdeu o seu principal secretário, acusado de ter recebido mesada de fiscais em 2011 e 2012, e sofreu muita pressão do PT, que temia que a investigação atrapalhasse a política de alianças da campanha de Dilma. Kassab, por sua vez, passou por constrangimento com a citação, em um depoimento, do nome do empresário Marco Aurélio Garcia.

Garcia é irmão de Rodrigo Garcia (DEM), que foi secretário de Kassab e é um antigo aliado do ex-prefeito. Os dois disputaram eleições parlamentares em dobradinha e tinham até um jingle muito conhecido ("Quem sabe, sabe, vota comigo. Federal é Kassab, estadual é Rodrigo...").

Uma testemunha que colabora com a investigação afirmou que o empresário recebeu empréstimo de R$ 1 milhão do fiscal que é considerado o chefe do esquema. O advogado de Garcia afirma tratar-se do pagamento por um flat que o empresário teria vendido para o fiscal, mas cuja transação não teria sido formalizada em cartório. O contrato estaria na "gaveta" das partes, aguardando apenas uma oportunidade para ser efetivado.

Além de esclarecer por que R$ 1 milhão circulou por aí, a investigação poderia descobrir quem, afinal, apresentou o fiscal ao empresário. Isso, claro, se alguém ainda tiver interesse em olhar para trás.


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