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Opinião

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Wanderley Messias da Costa

Pela excelência da USP

Será preciso que a reitoria se dedique à superação dos entraves ao avanço da graduação. Temos perdido eficiência nessa atividade

O próximo reitor da USP terá pela frente grandes desafios e o maior deles é o de mantê-la no seu atual ciclo virtuoso, assegurando por todos os meios suas conquistas no ensino, pesquisa e extensão e, sobretudo, sua projeção internacional como instituição de excelência.

Na última década, e especialmente nesta gestão que se encerra, foram feitos vultosos investimentos para sustentar esse ciclo de expansão que abrange expressivo crescimento de vagas em cursos de graduação e de pós-graduação, novas unidades de ensino e pesquisa, criação de núcleos temáticos de pesquisas e a construção de edifícios em todos os campi para salas de aulas, laboratórios, bibliotecas, museus, hospital e centros de convenções e de difusão internacional.

Além disso, foi implantado um sofisticado plano de carreira para os servidores técnicos e administrativos e a carreira docente foi aperfeiçoada --iniciativas que consolidam uma política de gestão de pessoas que valoriza nossos recursos humanos em todos os níveis.

Em síntese, uma trajetória de sucesso que se destaca no conjunto das instituições públicas de ensino superior do país, inclusive porque contribui para superar a falsa dicotomia entre expansão e qualidade.

Outro desafio é o de enfrentar com firmeza o arcaísmo burocrático, iniciando pela desconcentração dos aparatos de controle situados no topo da pirâmide dessa enorme autarquia, ao lado de investimentos em inovação da gestão acadêmica e administrativa. Com isso, reduziremos o poder das amarras que inibem o desempenho e a criatividade dos docentes e das unidades que atuam nas pontas do sistema, isto é, aqueles que no dia a dia fazem avançar a universidade.

Em suma, é preciso reafirmar que recursos financeiros e energia sejam despendidos preferencialmente para o desempenho eficiente da sua missão, isto é, oferecer ensino e pesquisa de alta qualidade para a população que a sustenta com impostos.

Na próxima gestão, será preciso que a reitoria se dedique com vigor à superação dos entraves que nos impedem de avançar no ensino de graduação. É notório que, de modo geral, temos perdido eficiência nessa atividade essencial, inclusive porque as transformações estão se acelerando dentro e fora dos muros do ambiente acadêmico no mundo.

Um bom começo seria o de alocar recursos financeiros equivalentes aos aplicados recentemente nos núcleos de pesquisa e, mediante editais, estimular as unidades e seus docentes engajados nessa atividade a apresentarem projetos de modernização. Eles podem abranger, por exemplo, a aplicação de tecnologias avançadas para o ensino presencial e semipresencial, a criação de ambientes inovadores de aprendizagem e de convívio para os estudantes, o ensino em larga escala de língua estrangeira e programas de aperfeiçoamento de docentes em instituições estrangeiras com iniciativas bem-sucedidas nessa área.

Finalmente, a universidade decidiu que a partir do início do próximo ano promoverá reformas no seu estatuto, que deverão aprimorar sua estrutura de governança em todos os níveis. É imprescindível que esse processo tenha como pressuposto medidas que visem à distensão e a pacificação do ambiente universitário e que se desenvolva com o pleno respeito aos preceitos da democracia. Em especial, que estejamos dispostos a rejeitar e, se necessário, enfrentar com firmeza toda forma de violência e coerção no ambiente universitário e fora dele.

Por isso é que estamos convictos de que a expectativa dos docentes, funcionários e estudantes da USP é que seu dirigente máximo demonstre possuir, além da desejável experiência em gestão acadêmica e administrativa, habilidade política que o credencie para a difícil missão de prevenir, negociar e solucionar conflitos e liderar com sucesso processos de mudanças.


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