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Opinião

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Marco A. Zago e Vahan Agopyan

A USP e os desafios contemporâneos

Se eleitos, procuraremos reduzir a centralização do poder, dando relevância aos colegiados e autonomia às faculdades e institutos

A USP é um orgulho para São Paulo e para o Brasil. Criada há menos de 80 anos, conquistou a posição de melhor universidade da América Latina e se equipara às melhores da Europa de língua latina.

Mesmo longe dos grandes centros produtores do conhecimento, a USP transformou-se em paradigma de instituição cujos pesquisadores obtiveram prestígio e respeitabilidade internacional em todas as áreas do conhecimento sem se descuidar da sua missão educativa na graduação e na pós-graduação.

Apesar desse sucesso, consideramos que a relevância das universidades brasileiras será determinada pela sua capacidade de responder criativamente aos desafios contemporâneos. Elas terão que satisfazer a maior demanda por profissionais bem qualificados para garantir o desenvolvimento econômico e social.

Devem ampliar o acesso ao conhecimento e à cultura, com políticas claras de inclusão social. Têm que enfrentar o desafio de participar da formulação de políticas públicas em articulação com governo e setor produtivo. E terão que desenvolver um ousado programa de inovação tecnológica, que beneficie a população e aumente a relevância do país no mundo.

Nossa candidatura, se vitoriosa, atuará decididamente para que a USP enfrente com vigor e criatividade esses desafios.

Mas não pretendemos fazê-lo autocraticamente. Antes de tudo, faremos um esforço de reforma política e administrativa que reduza substancialmente a extraordinária centralização do poder na universidade, dando mais relevância aos colegiados e maior autonomia às faculdades, institutos de ensino e pesquisa e museus. Os desafios contemporâneos têm que ser enfrentados de forma compartilhada.

A USP tem uma responsabilidade especial com a modificação da sociedade por meio do ensino de graduação e pela inclusão social. Para isso, é essencial criar, rever e reformar cursos e currículos, investir na incorporação de modernos métodos de ensino, especialmente os digitais, e no aperfeiçoamento de docentes.

A evasão média da ordem de 25% tem que ser reduzida, pois representa enorme desperdício de recursos e de talentos. A inclusão dos estudantes egressos de escolas públicas, com desvantagens socioeconômicas e étnico-raciais, deve ser mais vigorosa, combinada com medidas diferenciadas de superação de defasagens educacionais e aperfeiçoamento dos programas de apoio social.

Por ser o maior centro de pesquisa do país, a USP deve contribuir para a geração de conhecimentos, para a inovação tecnológica de São Paulo e do Brasil e para definição e implantação de políticas públicas.

Deve, pois, associar o esforço de internacionalização à cooperação com outras universidades brasileiras, escolas públicas, institutos de pesquisa (como IPT, IPEN, IEAv, Instituto Agronômico, Ital), Fatecs e Etecs, federações e com o terceiro setor, assim como criar centros de pensamento e de solução de problemas estratégicos do Estado como energia, educação, grandes metrópoles e envelhecimento da população.

O fortalecimento recente da Agência USP de Inovação revelou-se uma decisão altamente compensadora, pois a universidade é hoje a instituição brasileira que mais deposita pedidos de patentes. Devemos agora completar os nossos parques tecnológicos, instalando um na capital, como fizemos em Ribeirão Preto e em São Carlos. A maior integração regional do campus da USP Leste tem que reproduzir o exemplo dos campi do interior.

Associando a realização dessas atividades a uma gestão mais eficiente e transparente dos recursos orçamentários, a USP e sua comunidade poderão cumprir melhor a missão que a sociedade paulista lhes reservou.


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