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Opinião

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Renato Andrade

Vai parar?

BRASÍLIA - Ao que parece, o Banco Central vai dar mais uma pancada nos juros em janeiro e depois deve entrar numa espécie de hibernação, para meditar sobre o efeito das elevações feitas desde abril sobre a economia e a inflação.

Os preços no Brasil avançam num ritmo bem superior ao que o próprio governo definiu como razoável.

A inflação anual está longe da meta de 4,5% desde 2009. E as projeções para o ano que vem e o início de 2015 indicam que pouca coisa vai mudar.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, insiste que o objetivo do banco é colocar a inflação na meta. Mas o que ninguém ainda respondeu é quando isso vai acontecer?

Pelas explicações dadas ontem sobre as razões que levaram o BC a elevar, na semana passada, pela sexta vez consecutiva a taxa de juros, não será no ano que vem que voltaremos a conviver com inflação de 4,5%.

A razão é simples. A receita clássica para domar preços galopantes é uma só: subir juros.

O dinheiro fica mais caro, as pessoas reduzem o consumo e os empresários acabam diminuindo os preços de produtos e serviços, para ver se a turma volta às compras.

Difícil imaginar que em pleno ano eleitoral, Tombini vá apertar ainda mais os juros e afundar de vez o ritmo de crescimento do país.

O BC reconhece que a inflação não dá trégua. Por isso mesmo, considera apropriado elevar os juros em janeiro no mesmo ritmo aplicado neste ano.

Mas o avanço deve parar por aí, ainda que as contas oficiais e do mercado financeiro indiquem mais um ano de preços salgados.

Como existe uma defasagem entre o aumento dos juros e o efeito prático dessa medida na vida das pessoas --algo entre seis e nove meses--, o BC indicou que deve fazer uma parada técnica para avaliar o cenário.

Se as contas do pessoal que cuida de dinheiro estão certas, a paisagem de 2014 não será muito diferente do que temos visto nos últimos anos.

renato.andrade@grupofolha.com.br


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