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Opinião

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Hélio Nogueira da Cruz

TENDÊNCIAS/DEBATES

Para bem enfrentar desafios

A expressiva elevação dos gastos da USP neste ano deverá exigir o uso de R$ 1 bilhão de suas reservas. O desequilíbrio é preocupante

A USP vai muito bem. Conta com professores, alunos e servidores da mais alta qualidade. É considerada a melhor universidade da América Latina por vários indicadores internacionais. Também o Ranking Universitário Folha lhe confere o merecido destaque.

O prestígio da Universidade de São Paulo é crescente em razão da sua excelência na formação de recursos humanos e na produção e divulgação do conhecimento.

É necessário que estejamos atentos às demandas internas e externas para continuarmos a dar respostas positivas aos sempre presentes desafios acadêmicos e às exigências da sociedade.

A nossa experiência de mais de 20 anos na gestão da USP nos obriga a chamar a atenção para a sua recente evolução financeira.

O repasse de verbas do Estado para a USP em 2013 deverá totalizar cerca de R$ 4,3 bilhões e as reservas financeiras eram, no começo do ano, de cerca de R$ 3 bilhões. Entretanto, a expressiva elevação dos gastos neste ano deverá exigir a utilização de cerca de R$ 1 bilhão das reservas da universidade. Esse desequilíbrio é preocupante.

Embora a situação financeira seja difícil, ainda é possível reverter esse quadro sem que as melhorias salariais e os benefícios consolidados nos últimos anos sejam comprometidos. A implantação de um sistema de saúde adequado a todos não pode ser postergada. Os compromissos com investimentos têm que ser respeitados.

A travessia tranquila do desequilíbrio ao equilíbrio exige conhecimento técnico, experiência e agilidade, além da adoção das melhores técnicas de administração pública. Dentro de uma perspectiva de boa governança, deve-se garantir uma criteriosa distribuição de cargos docentes e reposição dos servidores técnicos e administrativos.

A USP tem compromisso com significativa ampliação da inclusão social. Para tanto, foram adotadas várias medidas para facilitar o acesso e outras serão implementadas para garantir o sucesso dos estudantes oriundos da escola pública e os autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Trata-se do importante desafio de compatibilizar mérito acadêmico, inclusão social e integração com a sociedade.

O crescimento previsto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos próximos anos associado a uma gestão administrativa e financeira moderna e enxuta garantirão o crescimento e o avanço da excelência acadêmica da USP.

O Plano de Desenvolvimento Institucional, amplamente discutido pela comunidade e aprovado pela Comissão Permanente de Avaliação, prevê metas de crescimento criterioso de pouco mais de 1% ao ano de todas as atividades-fim até 2017. As metas são perfeitamente viáveis, desde que se realize adequadamente os ajustes financeiros necessários.

No momento, a comunidade da USP propõe-se a realizar uma reforma da estrutura de poder que vá além do modelo de escolha do reitor. É necessária a real interlocução com todos os setores da USP. É essencial reconhecer e valorizar a profunda diversidade --de opiniões, de métodos, de teorias e de doutrinas-- presente na universidade.

A ampliação da representatividade dos alunos e servidores técnicos e administrativos permitirá o desejado avanço da democracia. Impõe-se, também, o fortalecimento dos órgãos colegiados que compõem a estrutura da universidade.

A partir do entendimento político e da sustentabilidade financeira, poderemos atingir as metas de expansão da USP e continuar a oferecer respostas positivas aos desafios de elevação da excelência acadêmica, ampliação da inclusão social e de integração da universidade com a sociedade.


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