Folha de S.Paulo

Painel do leitor

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Mortes no trânsito
Sou professor na área de exatas e tenho a preocupação de não deixar os alunos serem levados pela frieza dos números, principalmente as estatísticas. Vemos agora as autoridades divulgarem uma redução de 10% nas mortes no trânsito no Estado de SP, mas será que os que morreram (e suas famílias e amigos) acham esse índice um sucesso? É essa maneira numérica de tratar a vida que levou recentemente um ministro a achar que a morte de algumas pessoas pela falta de airbag nos carros não seria importante se a inflação ficasse sob controle.
MARCOS DE LUCA ROTHEN (Goiânia, GO)

Economia
O artigo "Que 2014 seja 2013 às avessas" ("Opinião", ontem), de Eliane Cantanhêde, expressa a torcida de todos os brasileiros e faz uma análise precisa de nossa economia. Só não vai ao exterior fazer compras quem não pode ou é desinformado. Com isso, perde a indústria e diminui o nível de criação de empregos. E o governo, o que faz? Aumenta o IOF e outros tributos. Engraçado é ver a Embratur festejar com pompas e rojões a chegada da turista de número seis milhões, no aeroporto do Rio de Janeiro. Deveriam ter economizado esse dinheiro, pois é uma vergonha nos contentarmos com tão pouco.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)

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Sobre o artigo "Pessimismo de um otimista", de Hélio Schwartsman ("Opinião", 1º/1), sempre tenho a impressão de que a avaliação do nosso PIB peca ao não levar em conta a informalidade. Há muito mais dinheiro circulando do que a economia formal mostra. Sobre nosso bônus demográfico, usá-lo dependeria de termos uma população adulta saudável e qualificada, o que infelizmente não possuímos.
MARIA INÊS AZAMBUJA, professora da UFRGS (Porto Alegre, RS)

FHC
Duas opiniões equivocadas de leitores (Painel do Leitor, ontem) sobre a fala de FHC em relação à Joaquim Barbosa: 1) Não foi "ridícula a atitude do ex-presidente Fernando Henrique" (Leônidas Marques), embora equivocada. O exercício da Presidência, mais do que experiência de gestão, exige sólida base moral e ética e sabedoria, e estas, o ministro Joaquim Barbosa possui. 2) Também não foi "absolutamente certeira a avaliação de Fernando Henrique" (Paulo Nascimento). Além do mais, não se vislumbra ressentimento, rancor ou postura vingativa de Barbosa e não tem sentido a referência a "corja nazista" e/ou "pré-requisito de ser ariano".
MÁRIO FERREIRA BATISTA (Araçatuba, SP)

Índios
A tensão étnica no Amazonas mostra que o conflito originou-se a partir de um problema criado pelo próprio governo federal, que estabeleceu uma reserva indígena no meio da Transamazônica. Ao não estabelecer e controlar uma passagem por dentro de toda a reserva indígena, o governo federal potencializou um grave conflito étnico que já se arrastava desde 2006 com a cobrança de pedágio por parte dos indígenas.
LUIZ ROBERTO DA COSTA JR (Campinas, SP)

Ditadura e imprensa
O jornalista Clóvis Rossi foi muito feliz em seu artigo "Trevas, nunca mais" ("Mundo", ontem), no qual relata as arbitrariedades e violências praticadas no período do regime militar contra a imprensa. O golpe, que faz 50 anos em 2014, inaugurou um ciclo nefando na América Latina. Sempre é bom lembrar a participação destacada da Folha no processo de redemocratização do nosso país.
O adestramento autoritário imposto aos jornalistas brasileiros nos anos de chumbo pelo aparato repressor do regime ainda está vivo na memória dos bravos profissionais da imprensa. Num governo democrático, a comunicação social deve passar sempre pela rigorosa e intransigente defesa da liberdade de imprensa.
ANÍBAL TEIXEIRA, presidente do Instituto JK e ex-ministro do Planejamento (Belo Horizonte, MG)

Planos de saúde
Seguramente são bem-vindos os 87 novos tratamentos e medicamentos que deverão ser oferecidos pelos planos de saúde. A lista inclui até exames para detectar doenças genéticas. Para muitas dessas doenças, o diagnóstico genético pré-implantacional é necessário e consequentemente a reprodução assistida para esse diagnóstico e para o tratamento de inúmeros casais inférteis.
O fato é que esse procedimento (reprodução assistida) já é previsto por lei (nº 11.935 de 11/5/2009) mas, ao arrepio desta, a Agência Nacional de Saúde (ANS) não o contempla entre os tratamentos com cobertura obrigatória.
NEWTON EDUARDO BUSSO, médico (São Paulo, SP)

Tributos
Discordo do leitor Mozart Bezerra Alves Filho sobre a tributação de heranças e grandes fortunas (Painel do Leitor, 30/12). Gostaria de informar a ele que a formação do patrimônio de qualquer cidadão é tributada (pelo menos em tese) pelo Imposto de Renda; quando da transmissão aos herdeiros, o patrimônio também é tributado pelo Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (imposto estadual). Nós já pagamos muito imposto pelo que recebemos em troca.
EDEGAR DE SOUZA MORAES (São Carlos, SP)

Renan
Ao ler o artigo "O ano da mudança" (Tendências/Debates, 31/12), de Renan Calheiros, não pude deixar de lembrar de suas viagens, em aviões da FAB, com propósitos exclusivamente particulares. Permito-me supor que se não tivesse havido "flagrante delito", o ressarcimento feito pelo senador jamais teria ocorrido. Esses fatos parecem a mim provas suficientes de que, para o senador Renan Calheiros, 2013 não foi, definitivamente, o ano da mudança.
SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de David Feffer, presidente corporativo do Grupo Suzano, e de Daniel Feffer, vice-presidente (São Paulo, SP), de Alcides Lopes Tápias, da Aggrego Consultores (São Paulo, SP), de Henry Maksoud, presidente do Maksoud Plaza (São Paulo, SP), e da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Porto Alegre, RS).