Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Rodízio paliativo

A Prefeitura de São Paulo decidiu ampliar o rodízio de veículos para vias localizadas fora do centro expandido da cidade, onde a restrição funciona há 17 anos.

O assunto, debatido ao longo de 2012, foi objeto de dois estudos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O primeiro previa um total de 240 km de ruas e avenidas; o segundo, escolhido pelo prefeito, propõe a expansão para 371 km de vias além da atual área de 150 km2. Os principais alvos são as grandes artérias que servem de ligação entre bairros e de conexão com o centro da cidade, como a Radial Leste e o corredor norte-sul.

Não é preciso alertar a prefeitura acerca dos efeitos temporários da providência. O próprio secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, admite que se trata de "medida paliativa", cujos efeitos sobre a fluidez do trânsito serão anulados com o passar do tempo.

O estudo da CET estima que, adotado o plano, a velocidade média no pico da manhã melhoraria, nas principais vias, cerca de 12%, passando de 15 km/h para 16,8 km/h. Parece pouco --e de fato é.

A questão é que, dadas as limitações do sistema de transporte e o acelerado ritmo do aumento da frota veículos, nenhum ganho deve ser descartado. Em conjunto, podem propiciar melhorias significativas para a cidade.

Até por isso, outras medidas deveriam ser adotadas pelo prefeito, tais como limitar o uso de faixas de ruas para estacionamento de automóveis, criar programas de estímulo para a "carona solidária" e regular de modo rigoroso a construção de empreendimentos imobiliários que causem maior impacto no trânsito. Embora controvertida, a implantação do pedágio urbano em algumas áreas também é uma hipótese a considerar.

Todas essas iniciativas fazem parte do cardápio usado pelas principais metrópoles do mundo para atenuar problemas de circulação. A diferença é que São Paulo não tem o principal: uma rede de transporte público eficiente e compatível com suas dimensões.

O metrô, principal meio de locomoção das grandes cidades, conta com apenas 74 km de linhas. Com metade da população paulistana, Santiago, capital do Chile, tem 102 km. Em Londres e Xangai, a malha ultrapassa os 400 km.

Precariedade análoga se vê na oferta de corredores de ônibus modernos, com faixas de ultrapassagem e sistema de pagamento e embarque em plataformas.

Enquanto essa infraestrutura básica não for concluída, São Paulo conviverá com a dinâmica de trânsito infernal e medidas paliativas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página