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Paula Cesarino Costa

Rindo de quê?

RIO DE JANEIRO - Em meio aos trilhos, milhares de passageiros caminham sem saber como e em que horas chegarão a seus destinos. Em pontos de ônibus e estações de metrô, aglomeração, desorganização e falta de informação. Cenas corriqueiras que nem chamam a atenção.

Parado nos trilhos, o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, conversa e ri (ou será que gargalha?) com representantes da SuperVia, responsável pelos trens do Rio. O flagrante resume mais do que um estado de espírito. Aponta o espírito do Estado no trato leniente de um concessionário público.

Por quase 12 horas, nenhuma composição chegou ou saiu da Central do Brasil, a principal estação por onde passa a maior parte dos 600 mil usuários do transporte ferroviário.

Não houve quebra-quebra nem protesto. Só resignação e conformismo de cidadãos acostumados à rotina de paralisações, superlotação, maus-tratos e desconforto.

Em 2010, o governador Sérgio Cabral antecipou a renovação do contrato de concessão, após a Odebrecht assumir o controle acionário da SuperVia. Estendeu o negócio até 2048.

A Agetransp, que deveria fiscalizar os transportes, tem entre seus conselheiros o tesoureiro do PMDB. O homem do dinheiro do partido de Cabral terá como função fiscalizar empresas cujos sócios doaram milhões para a campanha peemedebista. Outro conselheiro foi vice-presidente da concessionária Metrô Rio.

Relações que soam como escárnio, mais do que o riso nos trilhos.

O secretário culpou as "décadas de abandono" e disse que "talvez" o plano de contingência não tenha sido suficiente. Anteontem, Lopes comemorava no Twitter o decreto de Cabral que dava 50% de desconto no IPVA para os ônibus. "Boa notícia" escreveu. Para quem? Certamente não para os maltratados usuários do transporte público fluminense, que não têm do que rir.


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