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Ruy Castro

O ninho não mais vazio

RIO DE JANEIRO - Há dias ("O ninho vazio", 17/1), escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e estava experimentando o que os psicólogos chamam de "síndrome do ninho vazio". Aproveitei para contar que eu próprio, entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha --Lola, a Rola-- fizera seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.

Outro amigo, cujo conhecimento dos pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola, não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui", ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho". E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação --e não é que meu amigo tinha razão?

Lola, a Rola, reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe --secos, fininhos e compridos. Em poucos dias, o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.

E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola, e Rollo, o Rola, só poderá se chamar --claro-- Rolezinho.

Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.


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