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Ruy Castro

Com ou sem maquiagem

RIO DE JANEIRO - Matthew McConaughey, 44, concorre ao Oscar de melhor ator pelo filme "Clube de Compras Dallas", no qual vive um homem que, portador de HIV, emagrece 20 quilos. Para maior realismo, McConaughey fez uma dieta radical e perdeu 20 quilos nas sete semanas de filmagem. O Oscar adora isso. Em 1980, Robert De Niro venceu com "O Touro Indomável", em que engordou 30 quilos para convencer no papel de um boxeur decadente.

Foi o erro de Victor Mature, ao não deixar que lhe furassem os olhos para dar mais credibilidade ao seu Sansão, em "Sansão e Dalila", de Cecil B. de Mille (1949). Ou o de Gregory Peck, ao não cortar a perna para interpretar o Capitão Ahab em "Moby Dick", de John Huston (1956). Ou o de Jeffrey Hunter, como Jesus Cristo em "O Rei dos Reis", de Nicholas Ray (1961), ao não exigir ser crucificado com pregos de verdade --sugeriu apenas que lhe raspassem as axilas.

O mesmo com Jack Lemmon e Tony Curtis em "Quanto Mais Quente Melhor" (Billy Wilder, 1959) e Dustin Hoffman em "Tootsie" (Sydney Pollack, 1983) --por que não se operaram para trocar de sexo? E Marlon Brando, em "Último Tango em Paris" (Bernardo Bertolucci, 1972)? Se tivesse feito para valer a cena da manteiga com Maria Schneider, seria o único ator a ganhar dois Oscars em um ano --o primeiro, claro, por "O Poderoso Chefão", em que fez um homem 20 anos mais velho, usando somente algodão nas bochechas e seu gênio como ator.

Aí está. Alguns atores representam para valer, com ou sem maquiagem. A qual é um recurso clássico, mas não dispensa a dita representação. Em "O Médico e o Monstro", John Barrymore (1920), Fredric March (1932) e Spencer Tracy (1941) esnobaram: passavam de Jekyll a Hyde quase sem maquiagem, apenas com a força de sua expressão.

Mas há os que preferem o caminho mais fácil.


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