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Opinião

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Paula Cesarino Costa

Quem são eles?

RIO DE JANEIRO - Desde que as manifestações tomaram as ruas do país, muitas perguntas ficaram sem resposta. Quem são os manifestantes? Quais tipos de pessoas e motivações se misturam nesses protestos?

Houve os que protestavam fantasiados, em clima de Carnaval com cartazes bem-humorados; havia os que pleiteavam educação de qualidade, moradores de favela que gritavam contra a violência policial; alguns arriscaram ir com bandeiras de partidos, um grupo de preto com rosto coberto se colocou na linha de frente; tinha a turma do quebra-quebra.

Ao se ampliarem os gritos de "Fora Cabral", o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) acusou PR e PSOL de darem "viés político" às manifestações no Rio. Sem provas.

Ontem, o advogado dos jovens presos por acender o rojão que matou o cinegrafista disse que os dois foram aliciados e recebiam dinheiro de ativistas. Sem dizer de quem.

O governador Sérgio Cabral voltou a dizer ontem que "há partidos políticos e organizações embutidos nessas ações". Sua polícia ainda não concluiu nada que indique isso.

Em menos de uma semana, Caio Silva de Souza, 23, e Fabio Raposo Barbosa, 22, foram presos. A rapidez da polícia é elogiável, mas surpreendente. Caio é morador de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e trabalhava em hospital público na zona oeste. Fabio morava no Méier, bairro de classe média da zona norte, e dizia-se tatuador. Não parecem "filhinhos de papai mimados", como os chamou o prefeito Eduardo Paes. Tampouco "ativistas profissionais".

As autoridades continuam perdidas e escorregando no discurso. Quase oito meses após o início dos protestos poucos dos que destruíram prédios públicos ou saquearam lojas foram reconhecidos, processados ou punidos. Faltam método de investigação e busca de diálogo para maior compreensão. Sobram os oportunistas eleitorais e pregoeiros do caos.


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