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Ruy Castro

Disse o "black bloc"

RIO DE JANEIRO - Depois não digam que ele não avisou. Um "black bloc", o estudante paulista "Pedro" (nome fictício), ouvido no domingo pelo "Estado", anunciou algumas das ações planejadas por ele e por seus camaradas para a Copa do Mundo. "Nossa tática nunca foi ferir civis", balbuciou, "mas, se não formos ouvidos, a gente vai dar susto em gringo. Não queremos machucar, mas, se for preciso tacar' [coquetel] molotov em ônibus de delegação ou hotel em que as seleções vão ficar, a gente vai fazer".

"Se uma seleção sentir que há risco de vida, eles vão querer continuar aqui?", pergunta. Diz mais: "Todo mundo [os black blocs'] deve se preparar, porque a PM vai vir em peso. A gente está se preparando com treinos de artes marciais como krav maga, jiu-jítsu e muay thai".

Segundo "Pedro", os "black blocs" se organizam em células de 30 pessoas. Em São Paulo, seriam cerca de dez células, num total de 300 participantes "realmente ativos". Somando-se a esses os ativistas beneficiários da Bolsa-Protesto, os membros de grupúsculos com nomes românticos como "Frente Internacionalista dos Sem-Teto" e "Organização Anarquista Terra e Liberdade", e um punhado de impúberes para fazer espuma, não parece muita gente.

Mas, se não forem "ouvidos", eles prometem descontar nos visitantes: "Não somos contra a Copa do Mundo nem contra o futebol. Nossa luta é por uma educação e uma saúde melhores".

Os "black blocs" devem acreditar que, se sabotarem e interromperem a Copa, novos hospitais e escolas se materializarão instantaneamente. Perfeito. Os hospitais serão úteis para tratar dos PMs feridos nos protestos --não se sabe como, sempre em maior número que os vândalos. Quanto às escolas, os "black blocs" ficam na obrigação de se matricular --de preferência, no bê-á-bá-- assim que elas forem abertas.


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