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Roubos em alta

A Secretaria da Segurança Pública mantém a saudável prática de publicar mensalmente estatísticas sobre criminalidade no Estado de São Paulo. Mesmo sendo improvável que de um mês a outro ocorram solavancos nos dados, a periodicidade serve para emitir sinais de alarme --como agora, com os números de janeiro.

No indicador que mais preocupa, a taxa de homicídios dolosos, chama a atenção que tenha parado de cair, interrompendo a trajetória dos nove meses anteriores. Em realidade, os 422 casos configuram aumento de 1,2% sobre janeiro de 2013, com 417 ocorrências.

A diferença é pequena demais, contudo, para concluir que se inicia nova tendência de alta. Mais provável é que a cifra sinalize uma estabilização do índice, ou mesmo um retorno ao patamar de 2010 e 2011 (entre 10 e 10,5 casos por 100 mil habitantes).

O ano de 2013 fechou com a taxa de 10,49/100 mil. Um feito considerável de pacificação, após o pico de 11,53/100 mil em 2012, período marcado por uma guerra surda entre polícia e facções criminosas.

O dado de janeiro, assim, poderia ser tomado como evidência de normalização da criminalidade, não fosse pela manutenção de uma evolução alarmante: o crescimento no número de roubos.

No plano estadual, o acréscimo foi de 32,5%. Na capital, pior, houve incremento de 41,8%. São oito meses consecutivos de aumento.

O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, especula que pode estar em curso uma progressão nas notificações, não nos delitos. Desde novembro as ocorrências desse crime podem ser registradas por meio eletrônico.

Contra a tese do secretário pesa o fato de que o aumento começou em meses anteriores. Além disso, circula entre especialistas a explicação concorrente de que tanto a redução de homicídios quanto o incremento de roubos derivaria do crescente predomínio de facções.

Sem precisar matar rivais para conquistar ou garantir territórios de tráfico, tais grupos passariam a dedicar mais tempo e recursos para lucrativos crimes contra o patrimônio. A ousadia recente de quadrilhas que atacam caixas eletrônicos parece corroborar essa tese.

A explicação de Grella é mais reconfortante, decerto, mas ainda precisa passar pelo teste dos fatos.


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