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Opinião

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Renato Andrade

Cinzas ucranianas

BRASÍLIA - A crise na Ucrânia pode gerar um efeito deletério para o processo lento e gradual de recuperação da economia global.

Por mais remotas que sejam as chances de um conflito armado na ex-república soviética --neste momento--, os mercados financeiros tendem a agir de forma destemperada em situações onde a incerteza é a única coisa à vista.

Ainda que o presidente russo Vladimir Putin tenha colocado o uso de força militar como último recurso, é difícil vislumbrar a dissipação da crise ucraniana no curto prazo.

É exatamente esse tipo de (má) notícia que a economia do planeta não precisava receber agora.

Sem saber se estamos diante da iminência de uma nova guerra ou do início de um conturbado e longo ciclo de ameaças de sanções e retaliações entre potências econômicas, os mercados acabam ligando o modo "montanha-russa" de operação.

Na segunda, as bolsas de valores tombaram pelo mundo, moedas como o rublo russo se desvalorizaram e o petróleo ficou mais caro. Tudo por conta da troca de farpas entre Washington e Moscou. Ontem, depois da fala de Putin, parte do prejuízo da véspera foi revertido.

E o que uma confusão na Ucrânia tem a ver com a economia brasileira? Infelizmente, muita coisa.

Uma onda de enfraquecimento da economia europeia, por exemplo, gera efeitos sobre nossa balança comercial. A Europa absorveu 20% das exportações nacionais no ano passado.

O prolongamento da crise também pode fazer com que investidores "nervosinhos" --como diz o ministro Guido Mantega-- troquem parte de suas aplicações em economias emergentes e mais arriscadas, por locais mais "seguros", como os EUA.

Por conta do Carnaval, a bolsa brasileira, que acumula quatro meses de perdas, não participou do vaivém financeiro do início da semana.

A Quarta-Feira de Cinzas pode ser bem animada por aqui.

renato.andrade@grupofolha.com.br


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