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Paula Cesarino Costa

Beijo na orelha

RIO DE JANEIRO - Acabou mais um Carnaval. Quer dizer, no Rio, só acaba mesmo no próximo domingo. Mas a maior parte dos turistas foi embora, com lembranças que provavelmente misturam diversão e sofrimento.

A chegada à cidade para quem veio de ônibus, carro ou avião foi caótica. É injustificável que o Rio não consiga resolver o problema de táxi e ônibus suficientes para a demanda em seu aeroporto internacional.

A prefeitura tem de exigir que os táxis dos pontos do Galeão e do Santos Dumont trabalhem com o máximo de operadores. Quem chegou de ônibus ou carro sofreu com o trânsito desorganizado nas entradas da cidade. A falta de orientação sobre como sair da rodoviária transformou as redondezas em área fértil para malandros.

Os roubos e furtos se diversificaram. Assaltantes se disfarçaram de foliões e muita gente foi furtada no meio dos blocos ou no metrô. Outro aproveitou a ciclovia e, armado, roubava quem caminhava pela Lagoa.

O desfile das escolas de samba há muito é mais frequentado por quem vem de fora do que por cariocas. Se as escolas desfilam organização, é constrangedor ver senhoras alemãs, grupos de japoneses, famílias espanholas --que pagaram caro-- terem de sair do sambódromo desorganizadamente, sufocadas na multidão e andando perigosamente entre os ônibus para voltar a seus hotéis.

Ainda assim centenas de milhares dançaram e cantaram felizes por ruas, salões, camarotes e arquibancadas. Trouxeram dinheiro e estimularam a economia da cidade.

Fica a dúvida: por que é tão difícil uma cidade com vocação turística se organizar e se preparar para eventos que acontecem todos os anos praticamente da mesma forma?

Foi extasiante ver o beijo do governador na orelha do prefeito, símbolo de uma relação carnavalesca. Mas a qualidade dos serviços que os dois gestores lideram mandou um beijinho no ombro para quem os sustenta.


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