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Opinião

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O outro lado da folia

A imagem de alegria nacional que acompanha as festas carnavalescas contrasta, a cada ano, com o aumento dos índices de violência e acidentes em estradas.

Em 2014, em particular, algumas capitais no Nordeste chamaram a atenção tanto pelo aspecto negativo como por resultados animadores no esforço de reduzir as taxas verificadas em períodos anteriores.

Em Salvador, o governo da Bahia e a prefeitura anunciaram uma queda de cerca de 30% em relação às ocorrências policiais registradas em 2013. No Piauí, que conta com uma das menores taxas de homicídio do país, a violência também caiu. Foram duas mortes em Teresina, contra quatro ocorridas no Carnaval passado.

São assustadores, por outro lado, os dados do Ceará, onde houve cerca de 70 assassinatos de sexta-feira até terça-feira. Foi o Carnaval mais violento dos últimos anos.

Também em Alagoas ocorreu sensível aumento de homicídios, ainda que em números menores. Em Maceió, passaram de três para seis. Tendência semelhante verificou-se na região metropolitana de São Luís, no Maranhão, onde se deu uma alta de quase 50% no número de mortes.

Não há dúvida de que o elevado consumo de álcool e o clima catártico que se apodera dos foliões durante os festejos contribuem para a maior incidência de agressões e mortes. No Nordeste, contudo, o problema vai muito além do Carnaval. A região convive há longo tempo com índices muito elevados de crimes contra a vida.

Segundo dados do Mapa da Violência de 2012, entre os Estados que têm os maiores índices de homicídio do país, quatro são nordestinos. O caso de Alagoas, líder nacional em violência, é alarmante: são 67 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em Pernambuco, na Paraíba e na Bahia, a taxa gira em torno de 38.

Para fins de comparação, a média nacional é de cerca de 25 casos por 100 mil. O patamar de 10 mortes por 100 mil é o limite internacionalmente considerado aceitável --e perto dele estão apenas Piauí, Santa Catarina e São Paulo.

A realidade é que a violência continua a ser um problema crônico. O baixo investimento na qualificação das polícias e a negligência do governo federal --que parece lavar as mãos diante da jurisdição estadual da segurança pública-- deixam o Brasil, nesse quesito, em posição vergonhosa no cenário mundial. Com ou sem Carnaval.


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