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Opinião

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Valdo Cruz

Avanços e retrocessos

BRASÍLIA - Cinquenta anos do golpe militar, quase trinta de volta da democracia. Avançamos em vários campos, principalmente no social e institucional. Tanto que um retrocesso, que ameaça alguns vizinhos, é algo impensável no Brasil.

Mas ainda somos um baita vexame na política. A ponto de a população, que prefere cada vez mais a democracia como forma de governo, avaliar que nela há mais corrupção do que nos tempos da ditadura.

Tal resultado, colhido pelo Datafolha, reflete muito mais o festival de escândalos recentes no país. Do meu lado, arrisco a dizer que a corrupção, nos tempos dos militares, era igual à de hoje, guardadas as proporções de cada momento.

Dizem que os militares, em sua maioria, eram mais probos. Pode ser verdade, mas não justificaria o terror imposto por eles ao país. Ser pretensamente honesto não lhe dá nenhum direito de barbarizar e matar em defesa de suas opiniões.

Só que, ao lado dos generais-presidentes, civis, que apoiaram a ditadura e dela participaram, construíram verdadeiros impérios com base em farta verba pública e de forma nada republicana.

Fazia, como hoje, parte do jogo do poder. Os civis enchiam os bolsos e, em troca, mantinham os militares no Planalto --que, de uma forma ou de outra, também se beneficiavam com algum tipo de regalia.

A diferença é que, naquela época, não tínhamos tantos órgãos de controle como agora. Transparência era produto em falta e aprisionado. Daí que muita roubalheira prosperou sem que a população dela tomasse o mínimo conhecimento.

Enfim, o fato é que, hoje, o brasileiro acha que o país é mais corrupto. Sinal de que, no mundo da ladroagem da verba pública, a sensação é de retrocesso, não de avanço.

Melhoramos, pelo menos, no seu combate. Temos até empresários e políticos atrás das grades por casos de corrupção. Inclusive alguns que lutaram contra a triste ditadura.


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