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Paula Cesarino Costa

A descoberta de Cabral

RIO DE JANEIRO - Em um mar de incertezas --sem saber se concorre a algum cargo em 2014, se tem chance de ser eleito e se conseguirá fazer o sucessor--, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), 51, deixa hoje o posto após sete anos e três meses.

Reeleito em 2010 com votação recorde, apoiado no programa de segurança pública das UPPs (Unidades da Polícia Pacificadora) e na renovação econômica do Estado, entrou no segundo mandato sendo um nome forte no cenário político nacional, disputando o título de um dos seus melhores administradores. Terminou-o menor do que começou.

As UPPs se firmam como carimbo oficial da gestão. Os índices de criminalidade melhoraram. A retomada de territórios controlados pelo tráfico resultou de projeto eficiente e transformador, mas insuficiente. Ao final, parece girar em torno de si mesmo, sem a evoluir para reforma da polícia, que se agigantou, mas não se preparou para ser melhor.

Cabral teve a imagem tisnada pelas fotos de secretários seus com guardanapos na cabeça se divertindo em Paris ao lado de empresário com contratos questionados na Justiça, pelo flagra de uso indevido do helicóptero oficial para transportar babás e o cão de estimação, pela falta de transparência e pelos gastos desnecessários em viagens ao exterior.

Cabral mostrou-se hábil ao construir a aliança com o ex-presidente Lula, que resultou em bilhões de reais para obras no Estado. Mas reagiu com insensibilidade de principiante a contestadores: chamou bombeiros de "vândalos", médicos de "vagabundos" e mulheres das favelas de "fábricas de fazer marginais". Manteve o apoio na Assembleia calcado no clientelismo e na troca de favores.

Cabral sai esconjurando a maldição do segundo mandato. O Rio já foi definido como "cemitério de políticos". Faltou descobrir a tempo que, em geral, os políticos cavaram a sepultura com os próprios pés.


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