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Mudança no Masp

O mais conhecido museu de arte do Brasil, com 730 mil visitantes em 2013, enfrenta nova crise. Não é de hoje que o Masp se vê às voltas com dificuldades financeiras e administrativas.

Agora, com dívidas de R$ 8 milhões, pagamentos atrasados e pendências com o Ministério da Cultura que impedem a captação de recursos por leis de incentivo, a direção do museu deu um passo ousado. Orquestra-se uma parceria com setores da iniciativa privada dispostos a guiar a instituição, sanear os débitos e preparar uma gestão econômica sustentável.

O projeto envolve o banco Itaú, com reconhecida atuação na área cultural, e outras empresas. Com a anunciada renúncia da atual presidente, o provável gestor será o consultor financeiro Heitor Martins, que teve desempenho elogiável à frente da Fundação Bienal.

Para dar maior apoio institucional aos novos administradores, promove-se uma reforma no anacrônico conselho do museu. De 30 membros, deve passar a ter 80.

Apesar de sua dimensão pública e do apoio recebido do Estado e da prefeitura, o Masp é uma entidade privada, como a Bienal. Ambos nasceram dos esforços de empresários e empreendedores de São Paulo. É saudável que estes voltem a se mobilizar para recompor não apenas a saúde financeira, mas as ambições culturais do museu.

Guardadas as proporções, um caminho a ser considerado é o do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA. Nas últimas décadas, a instituição, que também é privada, tem dado exemplos de como angariar recursos, aperfeiçoar o acervo e atrair visitantes. Programa de sócios, parcerias com grandes marcas, comércio de produtos e um fundo financeiro de manutenção de R$ 2 bilhões garantem a autonomia do museu.

Com acervo e sede notáveis, o Masp --ainda o museu brasileiro mais prestigiado no exerior-- não pode ficar parado. Precisa encontrar um formato administrativo mais eficaz, transparente e duradouro para integrar-se de maneira efetiva ao circuito contemporâneo da arte, no qual o Brasil se faz cada vez mais presente.

É imperativo dotá-lo do suporte financeiro e técnico para preservar melhor suas obras, ampliar a coleção e oferecer ao público uma programação mais sólida. Ainda faltam detalhes sobre o novo arranjo institucional do museu, mas são auspiciosos os sinais de que algo começará, enfim, a mudar.


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