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Paula Cesarino Costa
Já começou
RIO DE JANEIRO - A Copa do Mundo do Brasil começa hoje. O dia promete servir de termômetro dos acontecimentos no país até julho, no entendimento de manifestantes anti-Copa e das forças de segurança.
A grande mobilização de junho de 2013 não se repetiu desde então, mas a frequência de pequenas manifestações, com ocupações de ruas e estradas, tem sido praticamente diária.
Neste maio, o coro é engrossado por inúmeras categorias promovendo greves em razão de campanhas salariais. No Rio, por exemplo, são professores, motoristas e cobradores de ônibus, engenheiros e arquitetos da prefeitura e vigilantes, entre outros.
Nas páginas das redes sociais, os já conhecidos "black blocs", Anonymous e Frente Independente Popular juntaram-se ao Comitê Popular da Copa, ao coletivo jovem Juntos! e a entidades de sem-teto como o MTST. Essa coalizão de movimentos fez convocações para o que chamam de a "manifestação das manifestações" ou o 15M - Dia Internacional de Lutas contra a Copa. "Copa sem povo: tô na rua de novo" é um dos lemas.
A campanha já atingiu nível internacional. Neste mês, a Polônia foi palco de tour de movimentos anti-Copa e a federação de futebol da Alemanha foi atacada em Frankfurt.
Se, no ano passado, foi o transporte público --ou os 20 centavos da tarifa-- que detonou as manifestações, neste ano a moradia --ou as remoções para obras da Copa-- pode ser o apelo para levar milhares às ruas.
Como será depois que a bola começar a rolar nos gramados dos criticados estádios espalhados por 12 cidades? A incógnita é do tamanho da que cerca o desempenho da seleção.
Também incerto é se o maior ou menor apoio das massas nas ruas ao movimento anti-Copa terá efeito três meses depois, na campanha eleitoral. O jogo começa hoje, mas vencedores e perdedores só serão conhecidos em outubro, na mais longa de todas as disputas ocorridas por aqui.
