Folha de S.Paulo

Painel do Leitor

Copa
Em relação às polêmicas sobre a Copa, duas verdades saltam à vista. A primeira é que amamos o futebol, nossa seleção e curtimos tal evento. A segunda é que, devido a problemas financeiros e aeroportuários, entre outros, o Brasil não tem perfil para bancar a Copa. Entretanto, o que está feito está feito. Recebamos os torcedores de outros países com hospitalidade, colaborando para que não ocorram incidentes desagradáveis, mudando a péssima imagem que o mundo tem do Brasil.
Maurílio Polizello Júnior (Ribeirão Preto, SP)

-

Aos 44 minutos do 2º tempo, como se não fosse membro do comitê organizador, Ronaldo diz se sentir envergonhado pelos atrasos da Copa. De fenômeno do futebol tornou-se um cara de pau fora das quatro linhas!
Carlos Carmelo Balaró (São Paulo, SP)

-

Não acredito que Ronaldo tenha ficado envergonhado com a má organização da Copa de uma hora para outra. Ele participou ativamente da organização do evento. Foi provavelmente a crítica de Paulo Coelho, chamando-o de imbecil, que o fez cair na real.
Ronaldo Gomes Ferraz (Rio de Janeiro, RJ)

Arquimedes
Levei um susto ao ler o artigo "A alavanca de Aristóteles", de Kátia Abreu ("Mercado²", 24/5). Quando li o título, pensei: "Ela está fazendo um jogo de palavras e ideias". Que decepção! Nada de ilações inteligentes a partir de duas grandes inspirações: a alavanca e Aristóteles. Citada como se fosse de Aristóteles, a frase sobre a alavanca é atribuída a Arquimedes. Um erro lamentável.
Regina Obata (São Paulo, SP)

-

Bom e correto o artigo de Kátia Abreu defendendo o agronegócio, alavanca que tem impedido que o país vá para o buraco. Lamentável é a senadora ter confundido Aristóteles com Arquimedes. Como a cultura clássica não é o forte do Brasil, talvez nem fosse o caso de assinalar o erro, que passaria batido pela maioria, mas seria um crime com a memória de Aristóteles e Arquimedes.
Tibiriçá Ramaglio (São Paulo, SP)

RESPOSTA DA COLUNISTA KÁTIA ABREU - Por um lapso de memória, atribuí a Aristóteles uma frase de Arquimedes. A confusão autoral não invalida o paralelo que quis traçar --e que reitero-- entre a alavanca e o agronegócio. Perdão. Leia a seção Erramos.

Revista íntima
Vale repetir a frase do advogado Luís Francisco Carvalho Filho ("Mulheres", "Cotidiano²", 24/5): "Por que não instalar em presídios equipamentos utilizados em aeroportos?". O Brasil precisa de mais advogados como este.
Antonio Carlos Ribeiro Fester (São Paulo, SP)

Vaivém
Parabenizo este jornal pelos 25 anos da coluna Vaivém das Commodities, que acompanho desde a primeira edição. Sua longevidade e sucesso é o resultado da competência e da honestidade dos profissionais envolvidos.
Pedro de Camargo Neto (São Paulo, SP)

Reeleição
Em sua coluna "Ideias Regressivas" ("Opinião", 24/5), o lúcido jornalista Fernando Rodrigues critica a sugestão de Aécio Neves e Eduardo Campos de mandatos de cinco anos e coincidências de todas as disputas eletivas. Concordo com o jornalista: essas são ideias regressivas, induzem a uma menor participação popular e desidratam a democracia. A ideia dos dois políticos é velha de 49 anos, desde que o deputado Bilac Pinto disse que eleições diretas favoreciam o aparecimento de crises periódicas --na época o deputado se empenhava em prorrogar o mandato do general-presidente Castello Branco. "Mutatis mutandis", Bilac defendia e os dois defendem a mesma coisa: dificultar a participação popular na escolha de seus governantes.
Elisabeto Ribeiro Gonçalves (Belo Horizonte, MG)

Judiciário
Um juiz concedeu liminar obrigando o município de Itapuí (SP) a fornecer o medicamento Champix para uma pessoa deixar o vício de fumar. Ela nos obriga a fornecer três caixas por 90 dias, prejudicando o erário em R$ 843,30 por mês. Esta liminar injusta causou indignação na maioria dos servidores, pois penaliza os cofres públicos para ajudar alguém a se livrar de um vício cuja total responsabilidade é da própria pessoa. Liminares assim ajudam a estourar o caixa da prefeitura e a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Imaginem se cada fumante pleitear algo similar: não há orçamento que resista.
José Eduardo Amantini, prefeito (Itapuí, SP)

-

Ditadura
As revelações do coronel Riscala Corbaje, chefe da tortura do DOI-Codi, reafirmam a tragédia que representou o Golpe de 1964. Sob o argumento de enfrentar um inimigo perigoso, os comandantes militares e das polícias usaram o Estado para matar e torturar, e essa violência recebeu o apoio de empresários, da mídia, da igreja e da classe média alta.
Foram anistiados e perdoados por uma lei imposta, mas aceita pelos políticos e, mais grave, referendada pelos ministros do STF. A covardia das elites é uma mancha na história do Brasil.
Antonio Negrão de Sá (Rio de Janeiro, RJ)

Atentado
A Confederação Israelita do Brasil condena da forma mais veemente o atentado que assassinou ao menos quatro pessoas em Bruxelas, no ataque ao Museu Judaico. É inadmissível testemunhar um crime dessa gravidade numa capital europeia em pleno século 21. A Europa, que há cerca de 70 anos viveu os horrores do nazismo, não pode permitir que a barbárie e a intolerância voltem a contaminar o continente.
Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (São Paulo, SP)

Declínio
Diminuiu a população de algumas cidades do interior do Ceará, segundo o último Censo. As pessoas migram para cidades maiores em busca de segurança, trabalho, saúde pública e educação de qualidade. Na cidade grande não há nada disso, mas se tem a ilusão de que se vive melhor.
Paulo Roberto Girão Lessa (Fortaleza, CE)

-