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Opinião

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A batalha da Europa

Em artigo escrito às vésperas da eleição para o Parlamento Europeu, encerrada no domingo passado, o político socialista francês Jacques Delors definira a União Europeia como uma oportunidade, mas também como uma batalha.

Presidente da Comissão Europeia por três mandatos, de 1985 a 1995, Delors conhece como poucos as fortes resistências ao processo de integração do continente. Foi num ambiente tensionado, afinal, que ele conduziu a criação da União Europeia nos moldes atuais, estabelecida pelo Tratado de Maastricht, de 1992.

A julgar pelos expressivos resultados obtidos pela extrema-direita e pela esquerda radical na recente eleição parlamentar, aquela tensão será revigorada nos próximos cinco anos. Em alguns dos 28 países do bloco, até um terço do eleitorado manifestou preferência por programas críticos à própria existência da organização continental.

Já registrada em outros momentos conturbados da história, a opção por ideários extremistas emerge como reação social à crise econômica de 2008, que atingiu a Europa com particular intensidade. Ainda hoje são elevados os índices de desemprego em diversos países.

Mesmo em economias mais sólidas, como Reino Unido e França, houve maciça rejeição aos políticos do status quo. Partidos de plataforma xenófoba e anti-imigração tiveram cerca de 25% dos votos nesses países, superando conservadores e socialistas.

Uma vez no Parlamento Europeu, tais legendas terão muitas oportunidades para manifestar seu extremismo: as competências do órgão vão de acordos comerciais a políticas ambientais.

Nesse contexto, já não será fácil a primeira tarefa que se impõe aos novos eurodeputados: chancelar, em julho, a nova Presidência da Comissão Europeia, espécie de Poder Executivo supranacional.

Desgastado e com votação inferior à de 2009, o majoritário bloco de centro-direita --que assegurou 214 das 751 cadeiras-- terá dificuldade para construir consenso em torno de Jean-Claude Juncker, ex-premiê de Luxemburgo.

Como presidente do conselho de ministros de Finanças da zona do euro de 2005 a 2013, Juncker participou da elaboração dos planos de resgate financeiro aos países em crise e foi inflexível ao impor medidas de austeridade. Avizinha-se, portanto, um cenário de mais batalhas que oportunidades no seio da União Europeia.


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